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LEGALIZAÇÃO | Na ONU, Brasil votou contra a retirada da maconha de lista de drogas mais perigosas

Em votação apertada na ONU com seus representantes capitalistas, o governo Bolsonaro votou contra a reclassificação da maconha. Entretanto, a medida foi aprovada, excluindo a maconha da lista de drogas mais perigosas e abrindo espaço para um uso mais amplo de suas propriedades medicinais.

quinta-feira 3 de dezembro de 2020 | Edição do dia

Imagem: Anthony Bolante/Reuters

A recomendação da OMS para que a maconha fosse excluída da lista de drogas mais perigosas foi aprovada na ONU com 27 países votando a favor e 25 votando contra, e dentre os contrários o governo Bolsonaro pelo Brasil.

O que tem sido classificado como uma decisão histórica dos representantes da burguesia internacional nas cadeiras ONU, na verdade é apenas uma concessão mínima que, ainda por cima numa votação apertada, excluiu a maconha do Anexo IV da Convenção sobre Drogas Narcóticas de 1961. Outras resoluções que também foram propostas neste contexto e que poderiam apontar para garantir maior liberdade de uso da planta, no entanto, não foram aprovadas.

Embora essa votação na ONU tenha sido um passo relevante para abrir mais espaço para a pesquisa, ampliando as possibilidades de seu uso medicinal, ela expressa como ainda é fomentado o tabu da legalização das drogas, que acaba servindo como justificativa para as políticas estatais repressivas chamadas de “guerra às drogas”, que também são parte das estratégias capitalistas de dominação, responsáveis, inclusive, pelo aumento do racismo estatal.

Segundo o neurocientista e professor da Universidade de Columbia, Carl Hart, que esteve em São Paulo em 2017 e acompanhou de perto a política repressiva de Doria na região da cracolândia, “as políticas de drogas funcionam como outro tipo de escravidão, de certa forma. As questões nunca são sobre as drogas. É sempre sobre uma forma de subjugar as pessoas. Se o assunto são as drogas, nós não precisaremos falar sobre desemprego, educação precária ou falta de moradia. Nós não precisaremos falar sobre nada disso. Então a função da política de droga é ofuscar as verdadeiras questões.”

Veja mais em: Guerra às drogas, proibição da maconha e legalização: o que mata é a repressão e o tráfico - por Letícia Parks e Fernando Pardal




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