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QUESTÃO NEGRA | Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha em debate no Sindicato dos Professores de Santo André

terça-feira 29 de setembro de 2015 | 17:08

Estavam compondo a mesa, Heloísa estudante de Relações Internacionais da Fundação Santo André, a estudante Jennifer Tristan militante do Pão e Rosas e MRT (Movimento Revolucionário de Trabalhadores), a professora Márcia Raquel militante da corrente sindical Renovar pela Luta com participação de Pedrolina (Pepê Silva), militante do Movimento de Mulheres Negras de Santo André e atuante na Secretaria de Política para as Mulheres de Santo André.

O debate se pautou na condição das mulheres negras e todas as formas de opressões que estão sujeitas nessa sociedade machista e racista e qual o papel dos educadores frente à cruel realidade. Além da necessidade que desde os sindicatos façamos atividades de formação que sirvam para armar o conjunto da classe trabalhadora.

O conjunto das intervenções expressaram a necessidade de debater temas, como classe, gênero e sexualidade, tendo em vista que as escolas são centros de formação controlados ideologicamente pelo Estado burguês, e perpetua o racismo, machismo e homofobia. Inclusive, no último período temas como gênero e sexualidade têm sido retirados dos currículos das escolas públicas.

Outro debate importante foi a denúncia ao Governo Federal, que tendo à frente Dilma, na garantia de direitos elementares das mulheres, como o aborto, moeda de troca em alianças espúrias com os parlamentares conservadores como Março Feliciano e cia. Milhares de mulheres morrem anualmente vítimas de violência física, sexual, e abortos clandestinos. E por isso debater com a juventude é imprescindível.

Jennifer Tristan, pontuou desde o período de escravização, até a situação humilhante das presidiárias, sendo sua maioria negras e milhares de negros que são mortos todos os dias pela polícia: “Nós vivemos uma democracia burguesa, ela jamais vai servir para atender os interesses dos trabalhadores, dos setores oprimidos, ela busca justamente garantir a desigualdade para nos explorar conscientemente. A mulher branca, por mais que seja pobre, ela não reconhece a mulher negra como igual, porque existe essa divisão! Acho esse tipo de debate fundamental, é importante discutir esse tema com os professores e estudantes, como a gente lida e trata esse cotidiano na sala de aula, pois é uma realidade cruel que nós negros vivemos! Esses debates são importantes para conseguirmos avançar, precisamos ver métodos efetivos de como devemos nos organizar para poder combater a raiz estrutural de todos esses problemas. O racismo não começou no capitalismo, mas ele soube se aproveitar e muito dele para garantir o seu sistema, assim como o conjunto das opressões, pois o machismo também começou muito tempo antes da propriedade privada. A esquerda de conjunto, precisa se unir e pensar coletivamente como construir um grande polo de esquerda que atue efetivamente contra as mazelas que o capitalismo nos coloca. Como dizia Trotsky, “É preciso ver o mundo com os olhos das mulheres”, pois afinal somos nós mulheres que sofremos diretamente todos os problemas da sociedade.”




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