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PANDEMIA | Mortes por Covid-19 entre motoristas e cobradores de SP sobem 42,3%: quem paga pela crise?

PANDEMIA | A categoria contava em registro 74 mortes relacionadas à doença até o dia 31 de agosto. Os dados em questão foram divulgados pelo Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo. O número de trabalhadores mortos da categoria era de 52 no dia 10 de julho, em junho, foram 35 óbitos, tendo assim um aumento de 45,2% no mesmo período, passando de 208 para 302 registros. Os casos suspeitos também tiveram alta, saindo de 747 para 819, tendo uma porcentagem de 9,6% a mais.

quarta-feira 16 de setembro de 2020 | Edição do dia

“O fato é que, mesmo seguindo todos os protocolos de segurança, com uso diário de máscara e álcool em gel, os condutores continuam sofrendo maior risco de contágio”, diz o sindicato.

A entidade alega que com a retomada das atividades em diversos setores, os ônibus voltaram a ter superlotação, o que dificulta o isolamento social dentro dos coletivos.

A SPTrans, responsável por gerenciar o sistema municipal de transporte em São Paulo, diz que, desde o início da quarentena, “adotou uma série de medidas para que motoristas, cobradores, assim como os passageiros do sistema de transporte público da capital se previnam contra o novo coronavírus, o que de fato se contradiz frente ao aumento do índice de mortes assim como a superlotação dos transportes em geral no Estado de São Paulo.

Com a sede de retomar a economia do governo, todos os dias cerca de 400 mil motoristas e cobradores de ônibus urbanos deixam suas casas e familiares antes mesmo de amanhecer o dia, seguem ocupando o banco da frente do veículo, enfrentando condições precárias para garantir que o Brasil não pare em meio a pandemia do novo coronavírus, enquanto seguem invisíveis aos olhos dos que governam desde o início da pandemia, diga-se de passagem.

Logo no início da pandemia do novo coronavírus, o transporte de passageiros foi decretado serviço público essencial, ou seja, sendo indispensável às necessidades da comunidade e, se não atendido, coloca em perigo a sobrevivência, a saúde e a segurança da população. Estando na linha de frente da atividade, motoristas e cobradores de ônibus convivem desde então com o medo diário da infecção pela doença. Segundo levantamento feito pela Época, o novo coronavírus já matou 74 trabalhadores dessa categoria em quatro estados do país, o que torna as medidas de retorno à atividade econômica repulsivas frente aos agravos que os trabalhadores de transporte do Estado de São Paulo sofrem.

É um absurdo que as empresas responsáveis pelo transporte do Estado de São Paulo expressem as mídias que todas as recomendações de segurança estão sendo seguidas, quando na verdade os motoristas e cobradores, em conjunto com a população, vem sendo diariamente jogados a sorte em condições precárias e superlotações cotidianas, que por consequência, eleva o número de contaminados e mortos na categoria e na população de conjunto.

Os burocratas que controlam os sindicatos, seguem em casa tranquilamente com sua saúde totalmente garantida assim como os donos das empresas, alegam estar tomando medidas para que aja controle de contaminação, quando na verdade, paralisam a organização dos motoristas e cobradores frente condições absurdas de trabalho e morte de seus colegas de trabalho por conta de sede de lucro patronal.

Em meio a essa situação drástica, a segurança e vida dos trabalhadores precisam vir em primeiro plano, em serviços essenciais como o transporte, os próprios trabalhadores precisam controlar suas escalas, decidindo entre eles os planos de contingenciamento, bem como organizar, com a ajuda de especialistas, todas as medidas necessárias de higiene e segurança para garantir que não ocorra aumento no número de contaminados e mortos. É essencial a garantia de testes recorrentes para os trabalhadores de transportes que estão todos os dias em situação de exposição, que parece até o final não existir para o governo.

Essas demandas devem ser defendidas por todos e é necessário exigir dos sindicatos que organizem uma luta séria por elas, diferente do que vêm fazendo.




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