segunda-feira 20 de abril de 2020 | Edição do dia
Neste domingo, 19 de abril, soubemos da morte de mais um trabalhador terceirizado da USP, o senhor Jair Alves de Souza, de 63 anos, pela COVID-19. Ele trabalhava como vigia no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP).
De acordo com as informações que recebemos, Jair não foi liberado do trabalho pela empresa prestadora de serviço de vigilância na USP, a Albatroz. Ele trabalhou até o dia 1º de abril, quando começou a sentir os sintomas e foi internado. A morte de Jair acontece 10 dias após amorte de Manoel Nunes de Souza que também era trabalhador terceirizado da mesma empresa no MAC. Assim como Jair, Manoel também não foi liberado, apesar de ambos fazerem parte do grupo de risco.
Desde o início da crise, denunciamos a postura da USP de não garantir o afastamento dos trabalhadores terceirizados do grupo de risco, além da falta de EPIs adequados para os que continuam trabalhando. No dia 14 de abril, professores e intelectuais da USP lançaram um manifesto Pelo imediato respeito do direito à vida na USP que exige a imediata suspensão das atividades de funcionários efetivos e terceirizados que fazem parte do grupo de risco, ou seja maiores de 60 anos ou que possuem alguma comorbidade. Até o momento, a reitoria não respondeu ao manifesto.
Essas duas mortes trágicas escancaram o preço que a terceirização cobra dos trabalhadores. Precarização, vulnerabilidade, desigualdade e até o roubo de suas vidas. Isso nos mostra que os patrões estão dispostos deixar os trabalhadores, um a um, morrerem para manter seus lucros.
É preciso defender a vida de cada trabalhador. A Albatroz e a USP são responsáveis por essa morte.
Que a USP libere já todos os trabalhadores do grupo de risco, efetivos ou terceirizados, e que seja garantido testes e tratamento adequado para todos.
A nossa vida vale mais que o lucro deles!
