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CRISE NO GOVERNO | Moro ameaça demissão, alerta Bolsonaro e militares tentam conter a crise

Após Bolsonaro anunciar a troca do diretor-geral da PF, Mauricio Valeixo, o ministro da justiça Sérgio Moro pediu demissão do cargo caso seu escolhido fosse mesmo retirado do comando da PF. Abre-se uma nova crise politica em meio ao já conturbado cenário durante a pandemia.

quinta-feira 23 de abril de 2020 | Edição do dia

Mais uma crise chacoalhou o governo no dia de hoje (23). Após anunciar a saída do diretor-geral da PF, Mauricio Valeixo, o presidente Bolsonaro está tendo que lidar com as consequências negativas frente o pedido de demissão do ministro da justiça Sérgio Moro, uma das poucas figuras que ainda conservam um alto índice de aprovação neste governo reacionário.

Mauricio Valeixo é conhecido de longa data de Moro, esteve a frente da Superintendência da Policia Federal no Paraná e após ter passado alguns anos nos EUA como adido policial em Washington, voltou para o Brasil para atuar como o principal direto da PF na operação Lava-Jato. Ou seja ,compartilha um passado bastante próximo também ideologicamente do atual ministro da justiça que também participou dos cursos oferecidos pelo imperialismo e que culminaram no golpe institucional, fortalecendo os setores golpistas que abriram caminho para a eleição manipulada que levou Bolsonaro à presidência.

O presidente parece querer ter maior controle sobre a PF, talvez com medo de como a instituição possa seguir investigações que comprometam futuramente o clã Bolsonaro que anda as voltas com as denuncias de corrupção e o esquema de "rachadinha" que envolve Flavio Bolsonaro. Por outro lado, Moro não quer abrir mão justamente de ter o poder de indicar um aliado próximo ao comando da PF, o que esvaziaria ainda mais sua influência que já sofreu diversos golpes como a perda do COAF e o desgaste com a Vaza-Jato.

Nesse momento será decisivo novamente o papel que cumprirão os militares, assim como foi no caso de Mandetta que permaneceu como ministro da saúde enquanto pôde com o apoio destes e que assim que perdeu este apoio foi retirado. O papel de "árbitros" dos militares tende a manter Moro, evitando mais uma instabilidade no regime, como demonstrou a declaração de Braga Netto que disse que a assessoria de Moro "desmentiu a saída" dele do governo.




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