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GOVERNO BOLSONARO | “Modelo ideal de sociedade é com mulheres apenas em casa” diz ministra inimiga das mulheres

Damares Alves, pastora evangélica, advogada e assessora do senador Magno Malta (PR-ES), após declarar uma série de horrores em relação à questão da mulher, está sendo cotada pelo reacionário Bolsonaro para o ministério dos Direitos Humanos, da Igualdade Racial e das Mulheres.

segunda-feira 3 de dezembro de 2018 | Edição do dia

O ultra neoliberal Jair Bolsonaro (PSL) declarou na última sexta-feira que Damares, que afirmou que “mulheres nasceram para ser mães” e que o modelo ideal de sociedade é deixá-la apenas em casa, sustentadas pelos homens, é uma forte concorrente à pasta por conta da identificação dela com a pauta dos direitos humanos e da família.

A pastora coloca um modelo ideal de vida no qual as mulheres são completamente submissas e dependentes. Com o famoso discurso da “família tradicional brasileira”, ela afirmou que "se preocupa com a ausência das mulheres em casa" e defende a exaustiva e retrógrada dupla jornada de trabalho. Damares coloca toda responsabilidade doméstica nas costas das mulheres e defende que é possível conciliar tarefas que deveriam ser tratadas socialmente, com serviços garantidos pelo Estado (como cozinhar, passar e cuidar das crianças), com os trabalhos precários em fábricas e empresas, nos quais as mulheres ainda ganham menos que os homens.

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Em entrevista dada ao portal Expresso Brasil no 8 de maço deste ano, Dia Internacional da Mulher, Damares, que é antagonista do movimento LGBT e da luta pela legalização do aborto, incentiva também um arcaico discurso de que as mulheres “nascem para ser mães”, colocando que esse é um “papel especial”. Além de tudo, ainda impõe mais uma tarefa, que é “seguir o padrão cristão que foi instituído para as nossas vidas”.

Todo esse discurso contraditório e absurdo vai contra a luta histórica das mulheres, que ao longo do tempo mostraram que vão ser linha de frente para garantir os seus direitos e cobrar do Estado o papel que ele deveria cumprir para a verdadeira emancipação, oferecendo creches, restaurantes e lavanderias públicas, impondo uma condição concreta necessária para provar que esse discurso de que as mulheres “têm um papel especial” dentro de casa lavando, cozinhando e cuidando de crianças é uma falácia, limitadora das enormes potencialidades não apenas da mulher, mas do conjunto da sociedade capitalista, limitada pelo cerco do patriarcado.

Esse discurso, no entanto, nos prova uma coisa: o projeto de vida para as mulheres que Bolsonaro quer impor, explorando ainda mais sua força de trabalho, precarizando as condições de vida, para que os patrões continuem lucrando. Para isso, eles querem que as mulheres sejam submissas e não se vejam como sujeitas para lutar contra esse governo de ataques, que vem para dar continuidade aos ajustes do golpe institucional. Por isso Damares, que defende relações opressoras, é com quem Bolsonaro se identifica.

As mulheres foram linha de frente em lutas históricas e não vão aceitar nenhum passo atrás. Nenhum ataque vai ser aceito pacificamente. O gênero une, mas a classe separa. Por isso, é junto aos trabalhadores que as mulheres têm que estar lado a lado, colocando fortemente um plano de lutas com um programa abertamente anticapitalista contra as opressões e os ataques. A CUT e a CTB, dirigidas pelo PT e PCdoB, precisam romper sua paralisia e chamar assembleias, greves e debates em todo o país, colocando a maioria da classe trabalhadora, que são as mulheres, na linha de frente da luta contra esse governo reacionário, contra cada ataque aos nossos direitos conquistados,mas também contra as medidas econômicas das quais seremos as principais vítimas. Só assim será possível lutar até o fim contra o discurso machista e anti trabalhador de Bolsonaro.

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