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ABORTO LEGAL | Miryan Bregman na Câmara: Se desta vez #SeráLei é por nossa luta e mobilização

A referente do PTS e da Frente de Esquerda Unidade (FIT-U) interveio nas exposições sobre o direito ao aborto que ocorreram na Câmara dos Deputados.

quarta-feira 9 de dezembro de 2020 | Edição do dia

Estas foram as principais definições:

  • Ouvindo as exposições, parece que desta vez aqueles que optam pela clandestinidade do aborto estão tentando dar um “tom científico” aos seus argumentos, para sustentar essa posição, não só disseram o que está sendo dito aqui, mas também fizeram escrachos na casa de legisladores , houve manifestações e aqui terminam com apelos morais, religiosos e um fundamental, que tenho que destacar porque perpassou por várias intervenções, uma tendência deliberada a confundir a existência de “vida” e com “pessoa”.
  • A essa altura, sabemos que a ameaça de criminalização não persuadiu ninguém a interromper uma gravidez indesejada e funcionou como uma verdadeira punição de classe.
  • A negação do direito ao aborto faz parte de um quadro mais amplo, parte de uma concepção geral que considera que a única função que a mulher tem é a de se reproduzir e que nem temos o direito de dizer quando e como fazê-lo.
  • Nossa resposta, que acenamos há anos com o lenço verde, é uma luta abrangente por: "Educação sexual para decidir, anticoncepcionais para evitar o aborto e o aborto legal para evitar a morte ..."

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  • Nós mulheres, não devemos nada a ninguém, pelo contrário, são os governos e este Congresso que têm uma dívida com milhões que há anos reclamamos pelo nosso direito de decidir. E exigimos que aquelas instituições que nos negam o direito ao aborto e até mesmo se recusam a implementar a lei da Educação Sexual, não tenham mais interferência em nossas vidas, nas leis, na saúde ou na educação. Basta de interferência das Igrejas, Separação da Igreja do Estado! Basta! Até quando vamos permitir? Obviamente, qualquer pessoa tem o direito de exercer suas crenças religiosas, mas ninguém tem o direito de impô-las aos outros.
  • Essa "maré verde" não foi uma onda passageira, representa aquelas que estão fartas de ouvirem que lhes digam como têm que se vestir, como têm que se comportar, quando este regime social capitalista as submete aos piores empregos, aos trabalhos domésticos, a toda uma cadeia de opressões e machismo.
  • Há um antes e um depois, não se trata só da interrupção voluntária da gravidez, é a ponta do iceberg na luta por todos os nossos direitos: por uma vida digna, a não ser desalojada com violência como em Guernica, a ter um emprego, ter um salário para criar nossos filhos e filhas.

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  • Para que aposentadas, pensionistas, mães que sobrevivem com o abono universal não tenham sua já escassa renda reduzida com a nova mudança…. porque sabemos, isso é o que o FMI quer. Uma luta que, sabemos, só termina com a transformação desse sistema pela raiz, porque patriarcado e capitalismo andam de mãos dadas.
  • Para que não retirem o nosso direito ao aborto novamente como fizeram em 2018 e para que saia o melhor projeto pelo qual tanto lutamos, pois não queremos mais penalidades por este motivo, em hipótese alguma, nem que sob a forma de “objeção de consciência ”, populações inteiras sejam deixadas sem acesso à Interrupção Voluntária da Gravidez, como já foi demonstrado com o Uruguai estes dias. Por tudo isso nos organizamos mais do que nunca e nos mobilizamos nestes dias.
  • Os direitos não se imploram, se conquistam. E desta vez #SeraLei, será pela nossa luta e mobilização. Essa batalha apenas começa, estamos lutando aqui dentro, mas acima de tudo vamos lutar por fora. Porque se discute no Congresso, mas a se ganha na rua.



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