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MAIS REPRESSÃO | Ministro da Justiça quer Brasil com mais armas e menos pesquisas

O ministro da Justiça do governo golpista de Temer, Alexandre de Moraes, disse em entrevista concedida na Cidade da Polícia, na zona norte do Rio, que o Brasil precisa de menos pesquisa em segurança e mais armamentos. Afirmou que a prioridade do Ministério da Justiça é investir em equipamentos bélicos e para inteligência, pedindo à comissão orçamentária do ministério para “alterar várias rubricas” para poder concentrar esforços para fortalecer a polícia.

Artur LinsEstudante de História/UFRJ

quarta-feira 17 de agosto de 2016 | Edição do dia

Segundo Alexandre, o governo do PT, nos últimos anos, investiu muito mais em diagnósticos de segurança em vez de reforçar a segurança com armas.

Também disse que vai redigir um decreto até o final do mês permitindo a polícia utilizar armamentos apreendidos de traficantes em operações policiais, e falou da “necessidade de convênios” entre a Força Nacional de Segurança, a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Federal e as polícias civis dos estados, com o objetivo claro de fortalecer todas as instituições policiais a nível nacional.

Por fim anunciou a criação de 5 núcleos permanentes de inteligência e operação com foco no combate ao narcotráfico, com núcleos iniciais do projeto em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, reforçando a política de guerra às drogas.

Para quem não conhece a carreira do ministro da Justiça, saibam que o dito cujo foi secretário de segurança do governo de Alckmin (PSDB) em São Paulo e na sua ficha repressora e assassina estão exemplos como manifestações contra o golpe institucional da direita reprimidas pela polícia a seu mando, absolvição de vários assassinos de farda reinando a impunidade policial, responsável pelo aumento da repressão policial nas periferias de SP em nome da guerra às drogas e por reintegrações de posse sem mandato judicial, como foi o brutal espancamento de jovens secundaristas na desocupação das escolas esse ano.

Esse mesmo ministro, em declarações sobre a segurança nos Jogos Olímpicos do Rio, disse que a intensificação do atual monitoramento eletrônico, as prisões “preventivas por suspeita de terrorismo” e o policiamento ostensivo nas ruas com o uso da Guarda Nacional deveriam “continuar para sempre”. Está aí mais um dos legados das Olímpiadas não só para o Rio, mas para o Brasil inteiro, logo com um ministro da Justiça que pretende ampliar a política de militarização dos territórios pobres dos centros urbanos, que antes teve o patrocínio do PT de Lula e Dilma com a criação das UPPs no Rio, expressando o aumento da repressão e controle policial contra e sobre os mais pobres, mas ampliando o problema contra os negros principalmente e aos movimentos sociais também.

Nessa semana foi lançado um vídeo da campanha #fomedeviver, em que militantes de organizações independentes de favela e moradores relatam o absurdo de ter sua casa invadida pela polícia, as truculências e a trituração policial dos direitos humanos básicos como o direito a vida, as balas perdidas que atingem a casa do morador da favela, as escolas que param de funcionar por causa de tiroteio entre polícia e traficante e os caveirões e helicópteros que circundam a comunidade, dentre inúmeros crimes aplicados contra o povo negro e favelado perpetrados por todas as polícias a mando dos governos federal e estaduais.

A fome de viver do negro e do favelado é o resultado prático dessa política de militarização que o ministro golpista da Justiça Alexandre de Moraes quer implementar e ampliar no Brasil, fortalecendo a instituição que mais mata pobre, preto e favelado no país.




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