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ALEMANHA | AMAZON | Milhares de trabalhadores da Amazon na Alemanha fazem greve na Black Friday

Jeff Bezos lucrou U$ 90 bilhões durante a pandemia. Seus trabalhadores exigem salários maiores e direito de organização sindical, mas a Amazon contrata detetives da Agência Nacional de Detetives Pinkerton para espionar os trabalhadores.

sexta-feira 27 de novembro de 2020 | Edição do dia

Desde o início da pandemia, milhões de pessoas perderam seus empregos. Jeff Bezos, por outro lado, fez crescer sua fortuna em mais U$ 90 bilhões durante o ano. O dono da Amazon, que é também a pessoa mais rica do mundo, acumula agora U$189 bilhões.

E quem produz essa inimaginável fortuna? Os mais de um milhão de pessoas que trabalham para a Amazon ao redor do mundo. Eles tem de aguentar turnos enormes, lesões por trabalho, e salário de fome. Muitos têm de improvisar suas condições formando sindicatos. Mas a Amazon tem métodos eficazes para impedir a sindicalização.

Trabalhadores da Amazon na Alemanha se levantaram. Na Black Friday, o dia mais movimentado do ano, milhares deles aderiram à greve. A Ação, que começou na quarta-feira de noite e irá durar 3 dias seguidos, acontece em oito Centros de Abastecimento diferentes, ao redor da Alemanha.

Para furar a greve, a Amazon irá usar armazéns em outros países europeus para abastecer os pedidos da Alemanha. Então trabalhadores estão formando frentes com colegas na Polônia, Espanha, Itália, e outros países europeus, para sedimentar solidariedade para essa luta.

Na Alemanha, o setor de serviços da ver.di [central sindical] organiza greves desde 2013. Eles exigem salários respeitando o acordo coletivo para o setor do varejo. Mas a Amazon recusa categoricamente qualquer negociação com o sindicato.

Segundo a ver.di, milhares de trabalhadores da Amazon se infectaram com Covid , já que o distanciamento mínimo não consegue ser mantido durante os horários de pico. Amazon consegue ser capaz de ignorar as greves, contratando trabalhadores adicionais nos feriados. Parece que a Amazon está disposta a gastar muito mais dinheiro quebrando greves do que iria custar para atender as demandas dos trabalhadores.

Segundo reportagem da Motherboard, baseada em documentos internos secretos, o ameaçador Centro de Operação de Segurança Global da Amazon contrata espiões em seus armazéns para monitorar os esforços de funcionários para formar sindicatos. Para este propósito a Amazon contrata a Agência de Detetives Pinkerton - um nome que é sinônimo de ataques às greves e terror contra o movimento sindical. A Amazon também espiona diversos movimentos sociais, desde as greves pelo clima, lideradas por Greta Thunberg até os Coletes Amarelos, na França.

Infelizmente, a direção burocrática da ver.di não estevedisposta a fazer crescer as ações de greve ao longo do anos. Derrotar uma corporação global, do homem mais rico do mundo, requer mais do que greves isoladas. Os trabalhadores da Amazon na Alemanha precisam da solidariedade de todos os trabalhadores e dos movimentos sociais. Só ações de massa, militantes, serão capazes de forçar Bezos a devolver alguns de seus bilhões de volta quem os produziu.




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