Seguem os protestos de palestinos contra a ocupação de colonos israelenses no assentamento de Eviatar, na Cisjordânia ocupada. O exército israelense ataca os manifestantes reprimindo os protestos que não param de crescer no último mês.
terça-feira 29 de junho de 2021 | Edição do dia
Imagem: EPA (European Pressphoto Agency)
Protestos nas localidades de Beita e Beit Dajan na Cisjordânia ocupada, onde tem crescido as ocupações de colonos israelenses, foram duramente reprimidas pelo exército israelense. A organização humanitária Meia Lua Vermelha informou que são pelo menos 4 feridos por munição letal e outros 69 foram feridos por balas de borracha e dezenas de bombas de gás lacrimogêneo. E, até o momento, já são pelo menos 5 mortos, sendo dois adolescentes de 15 e 16 anos.
Ao mesmo tempo, seguem os ataques do Estado de Israel contra os palestinos, no bairro de Sheik Jarrah, na Jerusalém oriental, por parte dos colonos e o exército israelenses. O local foi o foco da ofensiva isralense que em maio deixou 253 palestinos mortos (66 crianças) e mais de 2 mil feridos.
Israeli terrorist forces arresting people left and right in Sheikh Jarrah, making our families’ lives a living hell… sick of these fascists #SaveSheikhJarrah pic.twitter.com/ufpFHBfRSW
— Mohammed El-Kurd (@m7mdkurd) June 26, 2021
Na última semana tem sido cada vez mais massiva marchas noturnas com tochas, em que participam a cada dia mais e mais palestinos, contra a ofensiva de colonos israelenses no assentamento Eviatar na Cisjordânia.
A região de Eviatar tem uma ordem de evacuação expedida ainda durante o governo de Benjamim Netanyahu e que havia sido adiada, mas é provavel que ainda seja imposta ainda no curso desta semana, quando o novo primeiro ministro, Naftali Benet, a ratifique.
O exército israelense proibiu o acesso à região aos residentes palestinos, mas se trata de um território que pertenceu historicamente às aldeias palestinas adjacentes de Beita, Kablan e Yitma.
A situação de Beita na Cisjordânia ocupada vem sofrendo despejos, perseguições e repressão contra os palestinos assim como seguem as expulsões de palestinos no bairro de Sheik Jarrah em Jerusalém, que vem gerando mobilizações cada vez maiores em rechaço ao colonialismo e à violência praticada pelos colonos com o apoio do próprio exército israelense.
O novo governo israelense aprovou na última quarta, 23, planos para a construção de edifícios públicos e indústrias, ocupando ainda mais os territórios onde vivem os palestinos, a quem querem obrigar a demolir seus próprios lares para levar adiante esse plano.
Segundo denúncia no twitter:
19 famílias receberam ordem para demolir suas próprias casas no dia de hoje e, se não o fizerem, as autoridades colonialistas isralenses o farão. As famílias palestinas rechaçaram a ordem, atentos aos próximos dias, em que uma limpeza étnica em forma de demolição de residências pode ocorrer, despejando centenas de palestinos. #SaveSilwan
19 families were given an order to demolish their own homes by today or else the Israeli colonial authorities will. The families refuse, so keep an eye on Silwan in the coming days, ethnic cleansing in the form of home demolitions might occur, displacing hundreds. #SaveSilwan
— hala marshood (@hala_marshood) June 27, 2021
Os ataques e a perseguição ao povo palestino não cessam desde o início do novo governo de Benet, deixando claro que a opressão aos palestinos e a limpeza étnica é uma política permanente do Estado de Israel.