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FECHAMENTO ESCOLAS SP | Milhares de alunos nas ruas, mas Apeoesp busca dividir alunos e professores

Maíra MachadoProfessora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

quarta-feira 21 de outubro de 2015 | 09:42

Mais de 3 mil estudantes de diversas escolas públicas de São Paulo ocuparam as ruas do centro contra a reorganização das escolas imposta por Alckmin e Herman, secretário da educação.

Vindos de diversas regiões de São Paulo os alunos chagaram com cartazes e faixas expressando a indignação da juventude contra o fechamento e mudanças de suas escolas e puxaram durante todo o ato cantos e palavras de ordem que deixaram claro que a reorganização das escolas só beneficiará as contas do governo, que fecha escolas para cortar gastos.

Com o controle do caminhão de som a juventude petista (UNE, UMES, UPES, etc) tentou impedir que a revolta dos alunos contra os ataques à educação respingasse no governo Dilma, que assim como Alckmin, cortou verbas da educação e precariza instituições de ensino, como as universidades federais. Ao final do ato, após serem chamados de pelegos, a juventude governista precisou defender Dilma e calar as criticas na base do empurra empurra e bate boca com os alunos que demonstravam seu descontentamento com a tentativa de desviarem o foco do ato apenas para Alckmin e por terem passado por cima da vontade da maioria, que queria seguir em marcha até a Av. Paulista, e não somente até a praça da Sé, como impôs o caminhão de som.

Ainda com essas tentativas do governismo de tornar o ato menos combativo e real a juventude se mostrou bastante viva e disposta de travar uma forte luta contra os inimigos da educação, tanto do governo estadual quanto do federal.
Apesar de ter sido convocado pela APEOESP o ato contou com baixa adesão dos professores. Isso por um lado pela desconfiança generalizada dos professores com a direção do sindicato (PT e PCdoB), na figura de Bebel Noronha, e por outro lado pela profunda adaptação das correntes que fazem parte das oposições do sindicato, que não compareceu de forma organizado e pouco fez para que os professores tomassem a frente da luta contra a reorganização ao lado de seus alunos.

Desde o momento em que a reorganização das escolas foi anunciada Bebel e seus comparsas deixaram claro que não fariam qualquer esforço para organizar os professores, isso porque estavam chamando assembleia somente para o dia 29/10 e só depois de perceber a forte mobilização dos alunos passou a tentar captar a luta e chamou o ato do dia 20. Bebel Noronha, alinhada com a política petista, não organiza os professores para entrarem com peso na luta pois, frente à crise, toda a educação esta sendo atacada, tanto nos estados, quanto no governo federal e assim impedir que Dilma e o governo do PT saia ainda mais desgastado.

O ato do dia 20 mostra claramente a intensão de dividir alunos e professores. Conscientemente a direção do sindicato para "surfar" na onda dos grandes atos organizados pelos alunos em suas regiões convocou este ato com forte caráter estudantil, sem o minimo esforço para que os professores se unissem a juventude. Agora chamará a assembleia do dia 29 para fingir tentar organizar os professores.

Mesmo sabendo do forte assedio moral que os professores estão sofrendo nas escolas por parte das direções das escolas, como parte da politica do governo para impedir que a categoria se levante contra seus planos, o sindicato não organiza uma forte defesa dos professores e da escola pública.

A atuação das oposições do sindicato também não podem ser elogiadas já que trataram o dia 20 de forma rotineira e, até agora os esforços para mobilizar os professores e garantir que a paralisação chamada para o dia 29 ganhe força na categoria. Apesar de dirigir diversas subsedes da Apeoesp não buscou mobilizar os professores. A oposição em meio a este forte taque não se mostra como alternativa para os professores que querem lutar e se adaptam ao calendário da direção do sindicato e a sua atuação.

Nessa perspectiva de chamar a categoria a se levantar e atuar junto aos alunos, que mostram o caminho para combater Alckmin e Dilma, a corrente de oposição do sindicato Professores pela Base esteve presente no ato do dia 20 com uma importante coluna e com o apoio de dezenas de bancários em greve, que como classe apoiam a luta dos professores e alunos.




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