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CAMPANHA SALARIAL METROVIÁRIOS | Metroviários de SP demonstram força, mas em votação apertada cancelam greve

Em assembleia realizada nesta terça-feira, metroviários cancelam greve após votação apertada. Categoria demonstrou força e união na campanha salarial.

quarta-feira 1º de junho de 2016 | Edição do dia

"Em votação apertada, e com novamente a diretoria do sindicato dividida, a categoria votou por aceitar o acordo. Mesmo sabendo do receio de muitas companheiras e companheiros da truculência desse governador, uma decisão que considero um erro. Um erro porque Alckmin tem um projeto de desmonte do Metrô e do funcionalismo, que tem como objetivo atacar nossos direitos e avançar na privatização, subsidiando os lucros dos patrões ao invés de subsidiar o transporte público para população", declara Guarnieri, cipista e operador da Linha 1 do Metrô.

A assembleia dos metroviários de São Paulo, realizada na noite desta terça, 31, aceitou a proposta apresentada pela empresa e cancelou a greve marcada para esta quarta-feira. Apesar da decisão, muitos metroviários consideram que se perdeu uma oportunidade de iniciar a luta contra o projeto de privatização pretendido pelo PSDB e pela readmissão dos demitidos políticos.

A proposta aceita estabelece reajuste salarial de 7,5% agora e mais uma promessa da empresa de mais 2,53% em novembro, o que totalizaria 10,03%. Durante a reunião de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na tarde desta-terça, a empresa havia retrocedido em atacar as condições de trabalho dos novos contratados, mas manteve a intransigência em relação a todo o restante da pauta e insistia em duas parcelas iguais de reajuste. Apenas minutos antes da assembleia, um fax de última hora propôs os valores de reajuste proposto pelo TRT e que foi aceito.

Como divulgamos aqui mesmo no Esquerda Diário durante a cobertura da campanha salarial, havia clara disposição da categoria para a construção da greve. Porém, um dos fatores que contribuiu para o receio dos presentes na assembleia em votar pela greve foi a divisão da atual diretoria do sindicato, com vários diretores do sindicato defendendo contra a greve.

Comentando a decisão da assembleia de ontem, Felipe Guarnieri, operador de trem e cipista da Linha 1-Azul e do movimento Nossa Classe, disse que “com todas as adversidades dessa campanha, mais uma vez nossa categoria mostrou força, e perdemos a oportunidade de fazer com que a mobilização presente na base através da retirada de uniforme e o uso do colete, se transformasse numa luta contra o parcelamento do reajuste salarial, os ataques da Empresa ao nosso acordo coletivo e contra a privatização em curso. Perdemos também a oportunidade de lutar para que os nossos metroviários demitidos possam voltar a trabalhar imediatamente”.

Veja o vídeo abaixo com a íntegra da fala de Guarnieri na assembleia propondo recusar a proposta apresentada pela empresa e em defesa da greve.




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