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11º CONGRESSO DOS METROVIÁRIOS DE SÃO PAULO | Metroviários de SP debaterão como lutar contra os ataques dos governos

Os metroviários de São Paulo, que pararam a cidade às vésperas da Copa em 2014, farão um congresso nos dias 26 e 29 de março. Tal espaço tem importância para os trabalhadores e a esquerda devido ao impacto estratégico e político que a categoria metroviária tem para lutar contra os ataques dos governos Alckmin e Dilma. Será o primeiro depois da greve que ocasionou 42 demissões políticas e deverá alterar o Estatuto do Sindicato e preparar a campanha salarial de 2015. Acompanhe nos próximos dias a cobertura do congresso pelo Esquerda Diário, que contará com uma equipe no local e publicará vídeos, notas e informes sobre os principais debates.

Marília Rochadiretora de base do Sindicato dos Metroviários de SP e parte do grupo de mulheres Pão e Rosas

Thiago MathiasSão Paulo |

quinta-feira 26 de março de 2015 | 00:14

Alckmin e a empresa se preparam contra qualquer possibilidade de luta

Já no início do ano, o Governo Alckmin assinou um decreto que impede as empresas públicas de contratar novos funcionários, de promover reajustes salariais de ganho real e limita horas extras. Sabendo da importância deste congresso, Alckmin e a direção do Metrô liberaram do trabalho menos de 20% dos delegados, com o objetivo de esvaziar o Congresso.

As forças políticas que compuseram a organização do congresso decidiram por abolir o processo eleitoral para delegados e “eleger” todos os inscritos automaticamente e, desta forma, furtou qualquer debate político, dando a faca e o queijo na mão para a empresa criar seu veto sem que os delegados tivessem legitimidade na base para impor suas licenças. Somente se posicionou contra isso a agrupação Metroviários Pela Base, que faz desde 2010 uma oposição à esquerda tanto aos governistas da CTB/PCdoB e CUT/PT, quanto à diretoria do Sindicato composta majoritariamente por membros do PSTU e PSOL.

O grupo Metroviário pela Base mostra consolidação como alternativa na categoria

A grande questão para o atual Congresso é se os metroviários vão conseguir sobrepor a herança do PT e PCdoB de um Estatuto antidemocrático e práticas que afastam os trabalhadores do Sindicato e limitam nossa luta contra os governos e a empresa. As forças de esquerda da atual gestão (PSOL, PSTU e independentes) não conseguiu combater consequentemente essa herança, apesar dos avanços.

Felipe Guarnieri, delegado do Metroviários pela base diz que: “A única força nesse Congresso que traz propostas de democratização radical da entidade é a agrupação Metroviários pela Base, que será representada por 24 delegados. Uma das propostas que defendemos é a proporcionalidade para eleição do sindicato, ou seja, que todas as chapas inscritas tenham direito a compor as cadeiras do sindicato proporcionalmente ao número de votos que obtiveram nas eleições. Isso faria com que a diretoria da entidade representasse o conjunto dos trabalhadores que votaram em tal ou qual chapa e não somente uma chapa majoritária (que muitas vezes é majoritária em relação às outras, mas sequer chega a ter 50% dos votos). A outra proposta seria a criação de um Conselho de Delegados de Base, que fosse composto pelos Delegados sindicais eleitos e mandatados com posições de suas bases e que pudessem ser revogados a qualquer momento caso a base assim o queira. Esse Conselho teria poder deliberativo acima da diretoria do sindicato e seria composto por cerca de 200 delegados de todas as áreas da companhia. Além disso, também levamos a proposta de comissões por local de trabalho, que levantem as questões mais sentidas pela categoria.”

Essas serão apenas algumas das propostas polêmicas que estarão colocadas nesse congresso. Outro debate central se dará em torno da necessidade de impulsionar uma campanha política e democrática pela readmissão dos demitidos políticos da última greve, ponto sobre o qual se espera a elaboração de um plano de lutas efetivo. Além disso, a categoria também debate sobre a necessidade da aliança com movimentos sociais e com outras categorias para unir forças, questão política crucial sobre a qual o congresso deverá se posicionar. Também serão debatidos a importância da defesa dos direitos das mulheres, negros e LGBT, além de outros temas.

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