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CRISE DAS METALÚRGICAS | Metalúrgicos de SP seguem mostrando disposição de luta contra a crise mas burocracia negocia ataques

Trabalhadores da Scania, em São Bernardo, aceitam proposta da empresa de aumento salarial abaixo da inflação em troca da manutenção de postos de trabalho. Metalúrgicos em Sorocaba realizam ato na cidade contra os ajustes fiscais e por definição de reajuste salarial da categoria em data base. É preciso unificar as lutas em curso para não perder direitos e garantir conquistas.

Leo AndradeCampinas

quinta-feira 24 de setembro de 2015 | 01:14

A crise que afeta a indústria no país, e no setor automotivo em particular, tem sido a chantagem permanente das empresas. Combinado com os ajustes garantidos pelo governo Dilma e do PT, que tem permitido aprovar o PPE em diversas empresas como ocorreu recentemente na Volks e na Ford, a patronal tem ameaçado demitir para conseguir acordos a seu favor.

Na Scania de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a patronal conseguiu revisar acordo coletivo de há quase um ano atrás, que previa reajuste salarial de 12%, e aplicar novo acordo desfavorável aos trabalhadores com novo índice de apenas 5%. Com a inflação acumulada em 9,88%, significa diretamente perda salarial para os trabalhadores. O acordo só foi possível com o apoio do sindicato, ligado à CUT.

Alegando que em a empresa previa nova queda da produção em relativa a janeiro de 2016, a patronal disse que reduziria o quadro de funcionários de imediato e que para não demitir, teriam que aceitar a redução do índice de recomposição salarial. O acordo prevê estabilidade no emprego até agosto de 2016, mas a empresa já deixou claro que pode voltar a renegociar a pauta frente a nova piora na produção. No fundo não deu garantia de sua assinatura.

Em Sorocaba, os metalúrgicos, também dirigidos pela CUT, realizaram uma ato hoje iniciado no distrito industrial e que se encerrou no estacionamento da Prefeitura municipal próximo ao distrito. Os trabalhadores exigiam a fixação de índice de reajuste salarial da categoria que está com a data base vencida em 1 de setembro. Segundo o sindicato cerca de 6 mil metalúrgicos participaram da manifestação e após o término do ato, às 9h, voltaram para seus locais de trabalho.

As propostas das empresas também não cobrem a inflação acumulada e por isso o acordo ainda não foi encerrado.

Frente a tanta chantagem e ataques, vindos dos governos e das patronais, é preciso urgentemente unificar as lutas em curso nas montadoras e dos metalúrgicos em geral para evitar novas derrotas e barrar as demissões e ameaças. Historicamente os Sindicatos dos metalúrgicos de Campinas, Baixada santista, São José dos Campos e Limeira, compõe um bloco de oposição aos sindicatos dirigidos pela CUT no estado. É preciso que esse bloco unifique definitivamente suas companhas salariais e barre imediatamente os ataques como lay off (que já foi aprovado na GM de São José dos Campos) e PPE e chame os metalúrgicos das demais regiões (centralmente o ABC) para que rompam com a política de entrega da sua direção sindical (CUT) e barrem as reduções salariais e retirada de direitos.




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