Após um mês de greve, trabalhadores da metalúrgica Chery, em Jacareí, conseguem a garantia de seus direitos.
segunda-feira 30 de outubro de 2017 | Edição do dia
A greve dos metalúrgicos da Chery, em Jacareí/SP, começou no dia 28 de setembro, e encerrou-se após um mês de uma intensa luta dos trabalhadores que mantiveram a greve e garantiram seus direitos mesmo com a suspensão ilegal dos salários. Os trabalhadores conseguiram manter a proibição da terceirização irrestrita na fábrica e garantir a estabilidade no emprego para lesionados.
Essa importante batalha mostra qual é o caminho contra os ataques que os trabalhadores vem sofrendo com as reformas do governo golpista de Temer e seus empresários aliados.
Reproduzimos abaixo a nota do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região:
Os metalúrgicos da Chery, em Jacareí, encerraram nesta segunda-feira (30), a greve iniciada há um mês. Com a paralisação, os trabalhadores conseguiram manter a proibição da terceirização irrestrita na fábrica e garantir a estabilidade no emprego para lesionados.
Em assembleia, os trabalhadores aprovaram a proposta de 1,73% de reajuste (inflação de setembro de 2016 a agosto de 2017) e renovação de todos os direitos. Nas negociações, a direção da Chery afirmou que pretendia ampliar a terceirização na fábrica, recorrendo à reforma trabalhista.
Além disso, a empresa também havia colocado como ponto de negociação o fim da estabilidade de emprego para lesionados, garantido em Convenção Coletiva da categoria. Este é um direito histórico dos metalúrgicos, conquistado ainda na década de 1970 e alvo constante dos empresários.
Nesta Campanha Salarial, o Sindicato dos Metalúrgicos já assinou mais de 40 acordos com renovação de direitos na íntegra, prioridade neste momento que antecede a entrada em vigor da reforma trabalhista (dia 11 de novembro).
A greve na Chery começou no dia 28 de setembro e foi a mais longa desta Campanha Salarial na base do Sindicato (São José dos Campos, Jacareí, Caçapava, Igaratá e Santa Branca). Durante a paralisação, a montadora suspendeu de forma ilegal o pagamento de salários. Mesmo assim, os trabalhadores não recuaram e o Sindicato iniciou uma campanha para formação de um fundo de greve.
“Os metalúrgicos da Chery mostraram grande força durante todo período de paralisação. É claro que este não foi o melhor acordo, mas a renovação de todos os direitos foi certamente uma importante conquista neste momento em que as empresas estão de olho na reforma trabalhista para acabar com direitos dos trabalhadores”, afirma o diretor do Sindicato Guirá Borba.
A Chery produz os modelos QQ e Celer e possui cerca de 400 trabalhadores.