terça-feira 13 de novembro de 2018 | Edição do dia
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e seu ministro extraordinário da Transição, Onyx Lorenzoni, tiveram que pôr freios na sua ânsia de passar a qualquer custo "alguma coisa" da reforma da previdência ainda esse ano para sinalizar ao mercado seu comprometimento com os ataques à classe trabalhadora. "A gente acha que dificilmente se aprova alguma coisa neste ano. A reforma que está aí não é a que eu e o Onyx Lorenzoni queremos.", disse Bolsonaro, em entrevista no Rio.
Em Brasília, Onyx foi na mesma direção. "Seria ótimo um pequeno avanço na Previdência agora, mas devemos ter clareza e humildade", afirmou. "Ouvi de vários parlamentares que o cenário não é favorável à questão da Previdência. A tendência é que fique para 2019".
Principal pauta da equipe de transição formada por Bolsonaro, são várias as propostas de alteração na previdência cogitadas. O deputado federal Pauderney Avelino (DEM-AM), levou algumas propostas que permitem cortar os gastos com a Previdência sem a necessidade de alterar a Constituição - o que exigiria a aprovação de pelo menos três quintos do Congresso. Entre elas, o aumento do percentual de contribuição do funcionalismo público.
Onyx recebeu também o atual secretário de Previdência, Marcelo Caetano, um dos indicados por Temer que podem permanecer na gestão de Bolsonaro, demonstrando a continuidade da agenda de ataques do golpismo e da extrema-direita.
Outra estratégia do governo será chantagear os estados, colocando como pré-condição para o socorro financeiro a eles a aprovação de suas próprias reformas previdenciárias. Mostrando como pretende impor pela força os ataques também a nível estadual.