terça-feira 28 de março de 2017 | Edição do dia
Na segunda-feira (27), a prefeitura de Porto Alegre entrou com uma ação na Justiça contra o PSOL gaúcho, mais especificamente algumas figuras públicas, cobrando o valor de R$ 5 milhões para cobrir o suposto prejuízo que os empresários do transporte alegaram ter tido após o preço da passagem ter tido seu aumento suspenso durante 33 dias no ano passado, em 2016.
Os processados são Luciana Genro, os vereadores Alex Fraga, Roberto Robaina e Fernanda Melchionna e o deputado estadual Pedro Ruas.
Das 12 empresas privadas que controlam o transporte público da capital gaúcha, duas delas entraram na justiça no ano passado contra a prefeitura pelo suposto prejuízo ocorrido durante os dias de aumento suspenso. Agora a prefeitura joga para o PSOL esse “prejuízo”. À época, junto de uma série de atos organizados pelo Bloco de Lutas contra o aumento da passagem, o PSOL protocolou uma ação no MP exigindo a suspenção imediata do aumento pois desrespeitava lei orgânica do município onde pressupunha o aval do COMTU (Conselho Municipal de Transporte Urbano) para qualquer tipo de aumento. Durante 33 dias o aumento foi suspenso, e apenas após votação no COMTU, a prefeitura e os empresários conseguiram aumentar de fato a tarifa.
Sobre o caso, Melchionna afirmou: “Esta ação do governo Marchezan é a coisa mais surreal e absurda que já vi nos últimos anos. PSDB advogando para defender empresários de ônibus”.
Como já denunciamos algumas vezes nesse diário, a partir da campanha que organizamos entre estudantes e trabalhadores rodoviários, o problema da tarifa não reside salário dos trabalhadores do transporte, como alegam esses mesmos empresários que agora Marchezan defende. Pelo contrário, o problema da tarifa reside nos lucros que os empresários recebem às custas do trabalho de milhares de motoristas, cobradores e outros setores e da população que gasta horrores com algo que deveria ser um direito de todos, sem contar a baixa qualidade do transporte.
Com isso Marchezan reafirma seu lado ao lado do empresariado e contra os trabalhadores e a população.
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