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CANDIDATURAS MRT | Marcello Pablito: uma campanha anticapitalista da classe trabalhadora

Nessas eleições manipuladas pelo judiciário e tuteladas pelo exército, Marcello Pablito, do Movimento Revolucionário de Trabalhadores, apresentou uma candidatura anticapitalista da classe trabalhadora. Veja aqui como foi a campanha para deputado estadual em São Paulo.

sexta-feira 5 de outubro de 2018 | Edição do dia

Marcello Pablito é trabalhador do bandejão da USP há mais de dez anos. Ele é dirigente do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT), fundador do grupo Quilombo Vermelho - Luta Negra Anticapitalista. É diretor do Sindicato de Trabalhadores da USP, a partir do qual atua também na Secretaria de Negros e Negras e Combate ao Racismo da entidade.

Nessa eleição, ele concorre ao cargo de deputado estadual a partir de filiação democrática no PSOL. Junto a outras candidaturas anticapitalistas de trabalhadores do MRT, como as de Diana Assunção, Flavia Valle, Valéria Muller e Maíra Machado, ele se propõe a atuar nas eleições para levar a esse terreno a luta da classe trabalhadora contra o sistema de exploração, opressão e desigualdade que é o capitalismo.

Em particular nessas eleições, o MRT veio desde o início denunciando seu caráter profundamente antidemocrático - ainda mais do que já são as eleições regularmente - a partir da manipulação do judiciário. Veja os vídeos abaixo, em que Diana e Pablito comentam esse caráter manipulado:

Paralelamente à denúncia do judiciário e do golpe institucional, Pablito denunciou como o PT abriu caminho para a direita a partir de seus 13 anos de governo de conciliação com a direita e os capitalistas, assimilando seus métodos de governo.

Pablito também levantou pontos de um programa fundamental para dar uma saída dos trabalhadores para a crise que os capitalistas criaram, e que eles vêm descarregando sobre os ombros dos mais pobres e dos trabalhadores com as reformas de Temer, o desemprego, corte de direitos e muita repressão. Um destes é a necessidade de acabar com o pagamento da dívida pública, um mecanismo de roubo sistemático da riqueza nacional para encher os bolsos de banqueiros e especuladores.

Em meio à tragédia do incêndio do Museu Nacional, Pablito e Diana Assunção denunciaram como o orçamento do anual dessa instituição equivale a onze segundos do pagamento da dívida pública.

Também denunciaram como em São Paulo, o coração do golpe, as eleições são marcadas pelos ataques aos trabalhadores e a demagogia do PT:

Além disso, um ponto fundamental da campanha de Pablito e do MRT foi o combate à extrema-direita, representada na corrida presidencial pela candidatura de Jair Bolsonaro:

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Além da extrema-direita de Bolsonaro, outros representantes do golpismo, como os candidatos ao governo de SP João Doria e o empresário e ex-presidente da FIESP Paulo Skaf foram duramente criticados e denunciados diante dos trabalhadores. A demagogia do petista Luiz Marinho, que iniciou sua carreira política como um sindicalista que rifou os direitos dos trabalhadores, também foi denunciada pelo dirigente sindical e candidato.

Também foi um tema importante o debate sobre como não é possível combater a direita com a estratégia de conciliação dos petistas, que já estão hoje dando as mãos para os golpistas e capitalistas:

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Não apenas o PT, mas também Ciro Gomes, uma suposta e falsa "alternativa progressista", foi desmascarado pela campanha de Pablito.

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Como um revolucionário negro, que há anos se dedica à luta antirracista, ligando essa a um imprescindível combate contra o capitalismo - pai e sustentador do racismo. Assim, Pablito denunciou como a mídia procura camuflar o racismo.

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Como parte fundamental de combater o racismo estrutural do Estado capitalista brasileiro, Pablito teve como um eixo fundamental de sua campanha a denúncia da violência policial, mostrando que a própria polícia assume que as mortes cometidas pela instituição sejam assassinatos. Em meio à campanha, denunciou a absolvição de policial que mataram uma criança de dez anos em São Paulo. Também mostrou como campanhas como a de Alckmin, que demagogicamente se colocava contra a "violência de Bolsonaro", escondiam uma das polícias mais assassinas do mundo.

Ainda nesse sentido, Pablito denunciou a absurda campanha à deputada da cabo da PM Katia Sastre, que utilizou o vídeo em que mata um assaltante negro como peça de campanha. Ele denunciou isso em um vídeo de campanha que pode ser assistido aqui. O tema do "endurecimento" da repressão policial foi o tom de muitas campanhas nessa eleição, e Pablito combateu também declarações absurdas como as de Doria, ao dizer que a polícia vai matar ainda mais.

Em mais um caso que mostra o racismo e a brutalidade policial contra os negros, um homem negro foi assassinado pela polícia no Rio de Janeiro por estar com um guarda-chuva. O fato foi denunciado também nas redes sociais por Pablito:

Outro eixo fundamental de denúncia ao racismo estrutural presente na campanha do candidato foi o do combate à desigualdade salarial entre negros e brancos. Ele denunciou também como, logo após aumentar os próprios salários para 39 mil reais, o STF sancionou a terceirização irrestrita no país, uma absurda medida que ataca direitos fundamentais dos trabalhadores e atinge em primeiro lugar as mulheres e os negros.

No dia da independência, um vídeo de sua campanha tratava da questão fundamental do racismo em nosso país:

Em mais um escândalo do judiciário, o racismo presente nesse foi duramente explicitado com a prisão da advogada Valéria Lucia dos Santos em meio a um julgamento.

Pablito e o Quilombo Vermelho escreveram uma carta pública denunciando esse absurdo.

Mas não são apenas os negros que são oprimidos e violentados pelo capitalismo, e Pablito denunciou os ataques aos indígenas e imigrantes. Tratou de denunciar como Bolsonaro representa um risco à vida dos povos indígenas. Quando ações xenofóbicas brutais ocorreram contra imigrantes venezuelanos, a campanha eleitoral de Pablito foi utilizada para denunciar esses crimes e a responsabilidade dos governos de Temer e Maduro:

Ele também foi a um dos centros de acolhida aos imigrantes em São Paulo para denunciar a situação a que são submetidos:

Como trabalhador da USP, Pablito denunciou o ataque que vem sendo feito à universidade, em relação ao fechamento de postos de trabalho, ataques às condições de ensino e pesquisa, desmonte do Hospital, entre outros ataques que fazem parte do plano da reitoria e do governo.

Colocando sua candidatura a serviço de fortalecer as lutas, convocou e esteve presente no acampamento em defesa do Hospital Universitário:

Frente à subida nas pesquisas de Jair Bolsonaro, e a adesão cada vez maior de setores expressivos da burguesia à sua candidatura - já que seu "escolhido" Geraldo Alckmin não conseguiu superar o fracasso eleitoral de ser o representante explícito da agenda de ataques dos golpistas - Pablito também colocou sua candidatura a serviço de denunciar como alguns setores concentrados da burguesia, como o agronegócio, estão apoiando Bolsonaro.

Apesar de posar como um "radical contra o sistema" para capitalizar pela direita o descontentamento de massas com o apodrecido regime político, Bolsonaro está com o que há de mais tradicional e podre na política brasileira. E as candidaturas do MRT tem, ao lado do Esquerda Diário - que chegou a quase dois milhões de acessos no último mês - se colocado como uma trincheira na luta contra Bolsonaro de forma independente do PT, combatendo a ilusão de que é necessário apoiar um "mal menor", seja ele Haddad ou Ciro, para derrotar eleitoralmente a extrema-direita.

Diante disso, e ao lado das demais candidaturas do MRT, Pablito coloca a necessidade de lutar por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana para colocar abaixo esse regime político manipulado, derrubar a extrema-direita e também superar o projeto de conciliação de classes que o PT tenta ressuscitar - e cujo resultado foi nos trazer até essa situação muito difícil de fortalecimento de Bolsonaro.

Chamando os trabalhadores a se organizar no Movimento Nossa Classe, no Quilombo Vermelho, no MRT, a candidatura de Marcello Pablito coloca a necessidade dos trabalhadores lutarem de forma independente como a perspectiva apontada por sua candidatura.




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