Protesto que contou com a participação de atletas e medalhistas olímpicos aconteceu neste domingo (06), em frente ao ginásio. Em sua sanha de entregar todo o patrimônio público para os grandes empresários, João Doria quer privatizar o histórico ginásio e transformar em um espaço para shows, cinema e até shopping e hotel.
segunda-feira 7 de dezembro de 2020 | Edição do dia
Foto: Rodrigo Rodrigues/G1
Na semana passada, noticiamos a manipulada votação do Conselho do Patrimônio (Condephaat) contrário ao início do estudo para o tombamento e que, na prática, deu o aval para Doria privatizar o ginásio, avançando no ataque ao esporte e ao patrimônio da cidade. Você pode conferir aqui.
Ontem, pela manhã, manifestantes organizaram um ato contrário ao processo de privatização do ginásio. Um processo que não somente vai elitizar o espaço como também vai literalmente demolir um projeto histórico e reconhecido mundialmente de esporte e cultura, além de um monumento arquitetônico fundamental, e sua importância que adquiriu na formação de atletas olímpicos e esportistas no geral.
- Foto: Rodrigo Rodrigues/G1
Os manifestantes, que contaram com presença de atletas medalhistas olímpicos, denunciaram o projeto de demolição do espaço para construção de torres comerciais, hotel, shopping e uma arena multiuso (estamos cansados de assistir à elitização do esporte a partir da construção dessas arenas, ligadas à demolição de símbolos de nossa cultura).
Veja vídeo do ato:
DEFESA DO GINÁSIO DO IBIRAPUERA [06/12/2020] https://t.co/Um7iddRmcu via @YouTube
— olivia cardoso dos reis (@oliviacardosod2) December 6, 2020
“Todos os medalhistas do Brasil já passaram por aqui um dia. Vai ser uma pena se isso acontecer. Nossa batalha é para que não aconteça essa privatização. A gente quer o complexo do jeito que ele tem que ser, e ele tem que ser reformado para a gente, e não virar shopping", disse a saltadora e velocista Maurren Maggi ao G1.
Assim como as reformas aprovadas pelos governos de João Doria e Covas na mesma linha do governo de Bolsonaro, as privatizações também vêm no sentido de transformar o espaço e serviços públicos em um antro para o lucro dos empresários. É um processo de anos precarizando e destruindo para depois privatizar, como podemos ver nessa denúncia do jornalista Demétrio Vecchioli:
"Mas ninguém usa" é o primeiro argumento de quem defende a demolição do centro aquático do Ibirapuera.
Mas por que ninguém usa? Porque o estado, de propósito, boicota. Cobra aluguel caro, barra a população e inibe a formação de atletas.
Vou explicar: 🧵🧵 pic.twitter.com/H57JFKEDSf
— Demétrio Vecchioli (@Olhar_Olimpico) December 6, 2020
Aconteceu com o setor elétrico em São Paulo, e nacionalmente se articula a privatização dos Correios, da Eletrobras, do SUS... Olha o que está acontecendo no Amapá, uma situação de caos que poderíamos imaginar em outro século, gerada pela ganância capitalista. Ou mesmo a privatização da CEB do Distrito Federal, também do setor elétrico, que acabou de ser entregue para as mãos do capital privado e estrangeiro sem nenhum tipo de consulta aos trabalhadores ou a população, pelo contrário, com uma resistência forte e muita greve que estivemos presentes a partir do Esquerda Diário, MRT e Juventude Faísca, apoiando a luta dos trabalhadores contra esse projeto que é nacional.
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