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CONTRIBUIÇÃO DO MRT PRO II SEMINÁRIO DE NEGROS | Mais uma vez o exemplo vem da África: A luta contra a terceirização é a luta do povo negro!!!

sábado 23 de abril de 2016 | Edição do dia

Temos visto no Brasil o crescimento dos ataques aos trabalhadores, que vem através das leis que ampliam a terceirização no país, que se aprovada a PLS 555 (antiga PL 4330), vai possibilitar a terceirização de atividades fim, o que seria a terceirização de todos os tipos de atividade feitas hoje em qualquer ramo da economia. Este ataque vem diretamente contra as mulheres e negros, grande alvo das empresas de terceirização, que vem nesses setores a mão de obra barata (mesmo que estes setores sejam qualificados) da qual tanto precisa para lucrar e explorar os trabalhadores ainda mais.

Para além de nos colocarmos frontalmente contra este tipo de exploração e precarização dos postos de trabalho, devemos seguir o exemplo dos estudantes da África do Sul: barrar a terceirização através da aliança operário-estudantil e entre negros e negros com uma parcela branca da população sul-africana, quando a África do Sul passou maior movimento de protesto estudantil desde a queda do apartheid.

Os estudantes universitários começaram uma importante luta contra o significativo aumento nas taxas de inscrição, matrícula e alojamento, com atos de mais de 15 mil pessoas, o que configurou no maior levante estudantil desde Soweto, em 1976. Historicamente, as lutas estudantis na África do Sul desempenharam um papel de pivô do descontentamento geral, seja em 1960, 1976 ou 1985. O enorme respaldo e a enorme simpatia não apenas passiva, mas também ativa que despertou na população sua determinação de lutar até o final demonstram isso. O Times informou em 23 de Outubro que uma mãe da Cidade do Cabo, ao saber que seu filho estava em enfrentamento com a polícia na Free State University, encheu um trailer com alimentos, utensílios de cozinha e pacotes de sopa e se dirigiu para apoiá-lo. Membros da comunidade estão se unindo aos estudantes e lhes levam comida e água. O dono de uma empresa de fornecimento de água organizou um comboio para fornecer água aos estudantes. Em Pretória, um serviço de delivery de pizza fornece 500 pizzas aos estudantes em protesto. Demonstrações de que a juventude é a “caixa de ressonância” do descontentamento das massas.

Mas o traço mais avançado desta juventude ainda estaria por vior: iniciou-se no mesmo momento uma campanha #EndOutsourcing (#fimdaterecerizasção, em tradução livre), que exige acabar com a terceirização na Universidade. Isto é, a demanda para que todos os trabalhadores super-explorados por empresas terceirizadas, que realizam distintos serviços não-docentes, trabalhem diretamente na Universidade com melhores condições de trabalho.

Pela primeira vez, os estudantes formaram uma aliança sustentável com os trabalhadores em alguns campi, e puseram em primeiro plano as demandas destes junto a suas, o que possibilitou que esta luta fosse vitoriosa: as universidades sul-africanas concordaram em contratar os trabalhadores terceirizados e providenciar aos filhos dos trabalhadores uma ajuda financeira até que se graduem na universidade.

No Brasil devemos tomar isso como exemplo para colocar de pé uma campanha pelo fim da terceirização em todas as universidades em que atuamos enquanto CONLUTAS, seja através dos sindicatos ou do movimento estudantil, e que em nossos demais locais de trabalho esta deve ser uma campanha permanente levantada por todas as categorias, as colocando como parte de um movimento nacional contra os ajustes do governo, sejam eles municipais, estaduais ou federais. Apenas um movimento nacional que coloca de pé uma forte campanha contra a terceirização e os ajustes e que se paute na aliança entre operários e estudantes, sejam eles negros ou brancos, será capaz de derrotar os governos de ajustes e que querem descarregar a crise nas costas da classe trabalhadora e da juventude, como vemos em São Paulo com o Governo Alckmin, que com uma mão entrega 2% de aumento aos professores e com a outra rouba a merenda dos estudantes e quer fechar as suas escolas e salas de aula.

Negros e Brancos devem lutar juntos contra a terceirização, assim como nossos irmãos na África do Sul!!!




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