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Chuvas no NE | Mais mortes e 70 mil desabrigados fruto das chuvas no NE. Precisamos de um plano emergencial já

sexta-feira 8 de julho de 2022 | Edição do dia

Chuvas deixam mortos e desabrigados no Nordeste do Brasil. Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte enfrentam enchentes, deslizamentos, e outras consequências do grande volume de chuva. São 38 municípios que encaminharam ao governo do estado de Pernambuco decretos de situação de emergência devido às chuvas iniciadas no mês de julho.

No Rio Grande do Norte, as condições também pioraram nos últimos dias, com mais da metade da previsão de chuva para todo o mês: 261 mm. O município declarou estado de calamidade pública no domingo (07/03). De acordo com a Secretaria Municipal de Obras e Serviços (SEMOB), foram montados somente três abrigos para receber os deslocados.

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Em Pernambuco, são quase 9 mil pessoas desalojadas. O número de cidades afetadas pelas chuvas que tiveram início em 1º de julho subiu para 42.

Famílias perdem tudo com enchentes em Natal por descaso de Álvaro Dias. Plano emergencial já

As mudanças climáticas impulsionadas pelas ações humanas aumentaram a intensidade das chuvas que atingiram o Nordeste do Brasil no fim de maio e no início de junho, principalmente no estado de Pernambuco. Segundo pesquisadores, sem o aquecimento global, os eventos ocorridos seriam um quinto menos intensos. As informações são de estudo do World Weather Attribution, divulgado na ultima terça-feira (5). A pesquisa foi realizada por cientistas do Brasil, Reino Unido, Holanda, França e Estados Unidos. Entretanto, além disso, soma-se também o fato de que, nessas regiões, os problemas de vulnerabilidade social da população são altos. O aumento da urbanização não planejada em áreas de risco de inundação e encostas íngremes ampliaram em grande medida a exposição das pessoas aos riscos causados pela chuva.

"Não consigo dormir à noite, com medo de abrir nova cratera", menina de 12 anos em Felipe Camarão

Ou seja, se a chuva é um fenômeno natural, essas tragédias não o são. Ano após ano nos deparamos com centenas de mortes e milhares de desabrigados por situações deste tipo. Chuva não pode ser mais sinônimo de tragédias anunciadas.

É, no mínimo, revoltante a cada minuto ver aumentando o número de desalojados, desabrigados e atingidos. Isso é fruto da ganância capitalista que prioriza o lucro acima de tudo, inclusive das vidas da população.

A responsabilidade dessas tragédias está nas mãos dos prefeitos e governadores que cortam verbas de orçamento de ações destinadas à prevenção de desastres naturais, assim como Fátima Bezerra, governadora do PT, e Álvaro Dias (PSDB), prefeito de Natal. É o próprio governo de Fátima que dirige a CAERN, sistema de saneamento de água e esgoto, por exemplo, controlando as lagoas de captação que transbordam e inundam as casas.

A coordenadora do Centro Acadêmico de Ciências Sociais da UFRN, Marie Castañeda, militante da Faísca Revolucionária, denunciou a situação os responsáveis pela situação:

"Pelas cidades em todo o país, o problema de moradias irregulares e ocupações de lugares precários para viver é um problema endêmico do capitalismo que se aprofunda com os ritmos da crise econômica e social.
[...] É urgente um plano de emergência para enfrentar essa situação. Medidas como brigadas de trabalhadores para socorro emergencial dos afetados; socializar as moradias desocupadas, reconstruir as destruídas, aprimorar as existentes, socializar os enormes hotéis e resortes de empresários que sugam nossos recursos para construção de abrigos; expropriação dos imóveis ociosos para ocupação das famílias desabrigadas. Aliado a isso, colocar de pé um plano de obras públicas para reconstrução e prevenção das áreas afetadas e as que sofrem possibilidade de inundação. Uma medida dessa ainda geraria empregos para a situação do desemprego que enfrentamos porque os capitalistas descarregam a crise que é deles nas nossas costas. Eu e meus companheiros da Faísca nos colocamos ombro a ombro com cada trabalhador atingido por essa situação para batalhar por esse plano e que seja gestionado pelos trabalhadores, com o controle da população, e articulado pelos sindicatos e entidades estudantis."

Basta de, a cada chuva, perdemos bens, familiares e amigos. Precisamos de um plano emergencial já, na batalha por uma reforma urbana radical, gerida pelos trabalhadores e controlada pela população.




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