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JORNADAS REVOLUCIONÁRIAS NO CHILE | Mais de 80% da população chilena é a favor dos protestos e defende uma nova Constituição

Pesquisas apontam que 85,8% dos chilenos apoiam os protestos que tomaram conta do país nas últimas semanas e 83,9% defende uma mudança constitucional.

quarta-feira 6 de novembro de 2019 | Edição do dia

Imagem: Reprodução

Jornadas revolucionárias encheram as ruas do Chile nas últimas semanas. O que teve início com catracaços de secundaristas contra o aumento de 30 pesos nas passagens de metrô, em Santiago, se transformou em protestos massivos contra o governo neoliberal chileno em todo o país, que têm como palavra de ordem “Fuera Piñera”.

Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade do Chile aponta que 85,8% da população apoia os protestos, 55,6% participou de algum deles, sendo que destes, 61% estiveram em alguma marcha.

Frente aos levantes da população, o governo de Sebastian Piñera, herdeiro da ditadura de Pinochet, anunciou estado de emergência e colocou militares nas ruas, além de retroceder no aumento das passagens e em outras medidas cobradas pelos manifestantes. Entretanto, a população não retrocedeu nos protestos e se mostra decidida a não negociar seus direitos com esse governo neoliberal.

O Chile é o primeiro país a ter previdência privada, tendo altos índices de suicídio entre idosos, além de ser o paraíso de Paulo Guedes, que sempre usou o país como exemplo de sua idealização neoliberal, mas que agora, junto a Bolsonaro, teme a volta da luta de classes que todas as medidas de privatização de Piñera proporcionou à América Latina.

As principais centrais sindicais chilenas, como é a CUT, junto com o PC e a Frente Ampla, tentam negociar os direitos e demandas da população com o governo, buscando, assim, burocratizar e pôr fim nos levantes revolucionários. Entretanto, a massa chilena continua levantando faixas como “Que Piñera caia! Não negociamos nossos mortos” e se mostra decidida a continuar indo às ruas.

A pesquisa também aponta que 83,9% da população defende uma mudança na Constituição, que prevalece desde a ditadura de Pinochet. Entretanto, não é possível que haja uma Assembleia Constituinte verdadeiramente livre e soberana pelas mãos do atual parlamento com sua Câmara de Deputados e o Senado, que têm altos índices de rejeição por parte da população. Por isso, a luta por derrubar Piñera com a greve geral e por impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, deve ser liquidando os poderes das velhas instituições do regime herdeiro da ditadura como a presidência e o parlamento atual. Para que realmente seja livre e soberana, a Assembléia Constituinte tem que ser imposta pela auto-organização dos trabalhadores e da juventude, criada a partir de comitês de base, expressando a real necessidade da população numa Constituição livre da ditadura e desse governo que busca sugar cada vez mais os direitos dos trabalhadores.




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