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DIA INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES | Mais de 400 em bloco independente do MRT e Faísca no 1 de maio do Anhangabaú

No único 1/5 contra o golpe em São Paulo, convocado pela CUT, MTST, Frente Povo Sem Medo e PSOL, o bloco independente convocado pelo MRT e a Faísca, juventude anticapitalista e revolucionária, exigiu um que se convoque uma greve geral já contra o golpe e os ajustes

domingo 1º de maio de 2016 | Edição do dia

Centenas de trabalhadores e jovens de São Paulo, Campinas, ABC paulista, Cotia, Osasco, Marília, Franca e outras cidades compuseram o bloco classista, independente e internacionalista da Juventude Faísca e do Movimento Revolucionário dos Trabalhadores, que se destacou no primeiro de Maio desde a concentração no Teatro Municipal até o Anhangabaú, onde se encontrava o único ato em SP que se propunha combater o golpe institucional da direita.

Compuseram o bloco professores, trabalhadores da USP, metroviários, bancários, ecetistas, metalúrgicos e outras categorias. A juventude contagiou o bloco com secundaristas que participaram das ocupações no ano passado, universitários da Unicamp que vieram de paralisação contra o golpe e os ajustes, da USP, Unesp e outras universidades.

Da esquerda para a direita: Thamara Oliveira - protagonista das ocupações de escola de SP ano passado, Francielton - da manutenção do metrô de SP, Virginia Guitzel - ativista trans, Marcelo Pablito - diretor do Sintusp, Tatiane Lima - diretora do Centro Acadêmico de Ciências Humanas da Unicamp, Maíra Machado - diretora da APEOESP pela oposição, Diana Assunção - diretora do Sintusp, Magrão, Felipe Guarnieri - operador de trem do metrô e cipista, e Thais Oyola - delegada sindical da Caixa Econômica Federal

"Eu tô boladão, não vou deixar a direita impor o seu golpe não, eu to aqui na rua contra o ajuste e a demissão", vibrava a juventude Faísca, que levantava as bandeiras da juventude trabalhadora que sofre com os 17% de desemprego no país. Dizendo claramente que não vamos aceitar este golpe institucional da direita e nem os ajustes dos governos, o bloco denunciou o golpe reacionário de parlamentares que dedicaram seu voto à família, ao fundamentalismo religioso racista e homofóbico, à polícia militar e às Forças Armadas, e até mesmo aos torturadores da ditadura genocida, e estampou como tarefa de primeira ordem combater este avanço da direita, que no caso de consumar-se certamente fortalecerá a direita de Macri na Argentina, de Leopoldo López na Venezuela, e de toda a América Latina em sua investida contra os trabalhadores.

Com igual contundência o bloco levantou a denúncia ao PT, que ao assimilar todos os métodos corruptos de governo dos capitalistas, ao aplicar ajustes e impedir, através de sua influência nos movimentos sociais e nos sindicatos, que os trabalhadores se organizassem para enfrentar os ataques do "seu" governo, abriu o caminho ao fortalecimento da direita com a qual governou durante 13 anos, direita esta que quer completar os ajustes petistas aprofundando com dureza ataques mais duros que os que Dilma vinha aplicando.

O bloco caminhou em ato até o Vale do Anhangabaú onde se realizava o ato convocado pelas centrais sindicais contra o golpe. Imediatamente virou uma atração aos expectadores presentes, com enérgica agitação das consignas contra o golpe institucional da direita e os ajustes dos governos, exigindo que as centrais ali presentes rompessem sua paralisia cúmplice e convoque assembleias de base em todas as categorias que dirigem para preparar uma paralisação massiva no 10M.

Do Anhangabaú, o bloco seguiu até o Centro Paula Souza, para saudar a ocupação realizada pelos estudantes secundaristas contra a máfia das merendas e o plano de fechamento de escolas públicas do estado pelo governo Alckmin, com os secundaristas da Faísca à frente do bloco.

Este ato foi a continuidade dos atos da esquerda latinoamericana em solidariedade com os trabalhadores e jovens que enfrentam o golpe institucional da direita no Brasil e os ajustes dos governos. Neste sábado (30/4) ocorreram na Argentina os maiores atos fora das fronteiras brasileiras contra o golpe reacionário no Brasil, impulsionadas pela organização irmã do MRT, o Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS), com a presença de militantes do MRT em diversas cidades do país e na capital Buenos Aires, onde o ato foi feito diante da embaixada brasileira. Nicolás Del Caño, dirigente do PTS e excandidato a presidente pela Frente de Esquerda e dos Trabalhadores (FIT) conseguindo os melhores resultados presidenciais da esquerda desde 1984 com quase 1 milhão de votos, fez o encerramento do ato e sintetizou seu conteúdo: “nossa luta contra o golpe no Brasil é dada junto à exigência às centrais sindicais da Argentina que convoquem uma paralisação ativa e um plano de luta até derrotar o ajuste".

Atos contra o golpe no Brasil e os ajustes na América Latina foram também realizados no Chile, no México, na Bolívia, na Venezuela e no Uruguai, demonstrando a força do internacionalismo operário de combate neste Dia Internacional dos Trabalhadores, e a convicção de que a classe operária não tem fronteiras.

Chamamos o Espaço Unidade de Ação e os sindicatos da Conlutas a rever sua política de ignorar a batalha de princípios contra o golpe e batalhar conosco contra o avanço da direita por uma saída independente para a crise junto às bases dos sindicatos da CUT, abandonando a política funcional ao golpe reacionário por parte do PSTU, que junto correntes internas do PSOL se negam a combater o golpe da direita cavando a própria cova e querendo levar junto os trabalhadores e a juventude. Claramente esta política de direita não tem eco em amplas camadas dos trabalhadores, como se demonstrou no ato realizado na Av. Paulista neste 1/5.

Esta demonstração no 1º de maio é um compromisso de honra pela independência de classe e o internacionalismo, e deve ser um ponto de partida para uma grande resistência ao golpe da direita e aos ajustes. Desde o MRT e a Faísca vamos batalhar na base para construir um grande dia de paralisação nacional no 10M, exigindo em todas as categorias onde estamos que a CUT rompa sua paralisia e organize a greve pela base nesse dia, a partir de assembleias nos locais de trabalho.

Faixa do MRT erguida acima do principal palco do ato




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