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PLENÁRIA MRT NO GRANDE ABC | Mais de 30 jovens e trabalhadores discutem a abertura para as ideias revolucionárias

Neste sábado (08), ocorreu dentro da Fundação Santo André a Plenária Aberta do Movimento Revolucionário dos Trabalhadores (MRT) para debater a crise do PT e o processo de rupturas dos trabalhadores com esse partido e suas direções sindicais históricas.

terça-feira 11 de agosto de 2015 | 23:23

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Estavam reunidos metalúrgicos da GM, Volks, Case e outras fábricas, professores do Estado, estudantes da Fundação Santo André e da Universidade Fama/Uniesp e trabalhadores de outras categorias estiveram presentes e contribuíram vivamente com o debate que girou em torno da crise econômica e política que dominam a cena nacional.

Os problemas e traições que fazem parte do sindicalismo atual e a necessidade de construir uma 3ª via independente dos governos, da oposição burguesa, das burocracias sindicais e dos patrões que expresse o interesse do conjunto dos trabalhadores foi o foco da reflexão que partiu das demissões e do conjunto dos ataques do governo para responder a crise sem mexer nos lucros patronais.

Pensando na necessidade de construir uma alternativa revolucionária que possa responder aos interesses dos trabalhadores e armar seriamente a luta contra os ataques dos governos e dos patrões, foi discutida a campanha nacional pelo #MRTnoPSOL, que foi apoiada de forma entusiasmada por todos os trabalhadores que estavam no debate.

Um jovem operário da Volks declarou que nunca tinha se interessado por política antes e que agora está buscando entender mais a fundo os problemas nacionais e também as coisas que acontecem na fábrica, disse que acha correto lutar para que o MRT entre no PSOL, pois esse é uma força necessária para todos os trabalhadores de fábrica que cmeçaram a ser demitidos massivamente esse ano.

Maíra Machado, Conselheira Regional da APEOESP de Santo André abriu a atividade colocando um panorama da profunda crise econômica nacional, destacando que a inflação bate recordes nacionais desde 2008 e que somente a cebola aumentou recentemente 115%, somados ao aumento na conta de luz e cobranças do aluguel levam a uma popularidade ínfima do governo.

Dilma que nacionalmente conta com 7% de apoio, no ABC chega a 84% de rejeição, o que expressa que 4 em cada 5 moradores da região desaprovam o governo, contradição que se expressa desde as últimas eleições presidenciais quando o PT ganhou apenas em Diadema. Além disso, Maíra destacou que o índice de desemprego da região também bate recorde nacional, atingindo 13%, o que equivale a 181 mil trabalhadores desempregados.

Essa crise é ainda mais profunda frente as constantes traições das direções sindicais históricas que representam os trabalhadores, por um lado a Força Sindical defende a implantação da PL 4330 que aprofunda a terceirização e de outro lado, a CUT governista propõe o PPE, que reduz a jornada de trabalho e os salários como saída para crise.

Pablito Santos trabalhador da cozinha da Universidade de São Paulo e diretor do Sindicato da USP apresentou ao grupo as experiências concretas que vem fazendo com a enorme politização gerada pela insatisfação com o governo, os ajustes e a alta dos preços. Relatou o espaço aberto pela convocação dos atos do dia 16 e 20, discutindo a importância de não cair na armadilha de ter de escolher entre a oposição de direita que nada tem a oferecer aos trabalhadores ou a defesa "da democracia" para livrar a cara do governo Dilma que já aparece para os trabalhadores como agentes dos ataques a classe trabalhadora.

Por isso, mostrou a importância do chamado aprovado em assembleia da USP para construir um terceiro ato que apresente uma alternativa independente dos trabalhadores para que a crise do governo não seja capitalizada pela direita.

Pablito reforçou o chamado a construção de um polo sindical anti governista em São Paulo que agregue os sindicatos e oposições sindicais que lutam contra os governos para que os trabalhadores possam se organizar com uma alternativa classista e independente dos governos e dos patrões. Pablito, destacou o forte processo de politização que ele vê no cotidiano em seu local de trabalho, onde muitos trabalhadores discutem sobre os atos e manifestações e também os ataques dos governos.

Virgínia Guitzel, militante trans da juventude do MRT encerrou a abertura colocando o surgimento de uma nova geração de jovens que em todo o mundo se levanta contra a crise e as misérias do sistema capitalista. Questionar tudo é o lema dos jovens franceses de Maio de 68 que deve inspirar a nova juventude que precisa se colocar a altura para oferecer aos milhares que se manifestaram em Junho de 2013 e tantos outros que de lá pra cá vem mostrando progressivamente um combate as opressões e um repúdio aos projetos reacionários como a redução da maioridade penal, o aumento das penas, Estatuto do Nascituro e a "Cura Gay". Terminou chamando a todos a construir esta nova juventude no Encontro Nacional dia 19 de Setembro e a construir desde já o Encontro de Mulheres e LGBT para dar voz a todos os oprimidos e preparar a luta pelos nossos direitos.

Um ponto chave na discussão foi o esquerda Diário, reconhecido por todos os presentes como uma ferramenta central para fazer as ideias da esquerda chegarem a milhares de trabalhadores e a necessidade de que todos se apropriem e construam esse diário como parte da reorganização das forças e a preparação para combates mais duros, enfrentando as barreiras impostas pela mídia burguesa e a burocracia sindical e furando o cerco imposto pelas patronais.

Ao final Maíra encerrou a atividade chamando todas as mulheres e LGBT´s que estavam presentes a construírem e participarem do Encontro de Mulheres e LGBT´s do Pão e Rosas no dia 29 de agosto, e convidando a todos para contrubuir com o esquerda Diário e participarem do I Torneio de Futebol Operário Intercategorias que terá sua segunda fase no dia 13 de setembro. Antes de uma breve confraternização os presentes tiraram a foto para a campanha #MRTnoPSOL.




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