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LUTA DE CLASSES | Mais de 1200 trabalhadores marcham pelo centro de Barcelona aos gritos de "Nissan não fecha!"

Mais de 1.200 trabalhadores e trabalhadoras, incluindo os da Nissan e os terceirizados, se manifestam pelo centro da cidade ao grito de "Nissan não fecha!" e denunciam a ganância dos empregadores que agendaram o fechamento da produção na Catalunha, em dezembro.

sábado 13 de junho de 2020 | Edição do dia

Ontem, pelo centro de Barcelona, aconteceu nova ação dos trabalhadores e trabalhadoras da Nissan e de terceirizados da fábrica . Desde que ficou conhecida, no final do mês passado,a decisão de a empresa de encerrar a produção em suas fábricas na Catalunha , são contínuas as ações em todas as plantas.

Algumas das ações realizadas foram: concentrações em frente às fábricas; marchas de Montcada a Barcelona; ​​e ações em frente às concessionárias. O próximo ato estava marcado para esta sexta-feira, 12 de junho. Nas plantas com terceirizados, na fábrica da Zona Franca, foi realizado um protesto às 10h30.

Durante a concentração, ouviram-se gritos contra a empresa, taxando-os de "mentirosos" e de "ladrões", porque depois de receberem milhões de euros em subsídios e ajuda pública, se dedicaram a encher os bolsos enquanto desmantelavam a fábrica e precarizavam os trabalhadores.

Durante a manifestação, setores de trabalhadores defenderam a continuidade da fábrica e de sua produção, embora a administração da Nissan já tenha anunciado a saída da Catalunha. Isto foi afirmado por E., delegado sindical terceirizado da Acciona: "Mesmo que a Nissan saia daqui, essa fábrica precisa continuar produzindo, precisa manter os empregos".

Os terceirizados, que concentram mais de 20 mil famílias afetadas pelo fechamento da fábrica, estão iniciando processos de organização e coordenação, como mostra a ação na sexta-feira, na Zona Franca. Recordemos que, entre os terceirizados, existem grandes empresas de múltiplos serviços, como a própria Acciona, ou multinacionais do calibre da estadounidense Lear.

Coordenação para lutar e solidariedade ativa

A decisão do empregador parece firme, pois já era um plano anterior aos efeitos da Covid19, que provavelmente foi acelerado pela pandemia. Como E. nos lembrou durante a marcha, "nós (trabalhadores e terceirizados da Nissan) já realizamos 5 manifestações antes da pandemia".

Frente a esses ataques da patronal, vários terceirizados estão começando a organizar e coordenar ações em conjunto, o que é essencial para atingir os empregadores com mais força na exigência das demandas. Como E. também apontou, no Comitê de Obras da Nissan "os terceirizados são levados em conta, podemos ter representantes".

Essa união entre os trabalhadores e terceirizados da Nissan traria maior força para impor uma saída a favor dos trabalhadores, não apenas diante dos empregadores que procuram desmontar a fábrica e deixá-los na rua, mas também contra os planos do Governo e do Governo em cumplicidade com as direções sindicais majoritárias que, na melhor das hipóteses, enchem os bolsos dos empregadores e suportam uma nova chantagem da direção da empresa.

Os sindicatos majoritários devem quebrar a política de isolamento de conflitos e, consequentemente, lutar para manter empregos. A luta dos trabalhadores e trabalhadoras deve ser cercada de solidariedade ativa.

Nacionalização sem indenização, sob o controle dos trabalhadores

Se a Nissan sair da Catalunha, terá que sair sem um único parafuso. Na perspectiva de se manter os empregos, a única opção viável é nacionalizar a produção sob o controle dos próprios trabalhadores, que são os que iniciam as linhas de produção diariamente.

Uma nacionalização que deve ser sem indenização, ainda mais depois de todo o dinheiro público que a empresa recebeu na última década.

Essa perspectiva não só permitiria a manutenção dos empregos, mas também a organização e orientação da produção para as necessidades sociais que a crise da Covid colocou sobre a mesa, principalmente em relação ao material sanitário.




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