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SAÚDE PRECARIZADA | Maíra Machado e Ricardo Alvarez repudiam Paulo Serra e fechamento de 7 UPAS em Santo André

A prefeitura de Santo André fechou, nesse 28 de Junho, 7 unidades de pronto atendimento de saúde pública. Falamos com Ricardo Alvarez, que foi candidato à prefeito pelo PSOL nas últimas eleições e com Maíra Machado, que foi candidata à vereadora do MRT pelo PSOL. O pronunciamento deles mostra a posição da esquerda na cidade e o combate à precarização dos serviços públicos.

sexta-feira 25 de agosto de 2017 | Edição do dia

O fechamento é justificado por um programa intitulado de Qualisaúde pelo prefeito Paulo Serra, que "visaria a reforma das sete unidades" com projeção de entrega apenas em 2018. As unidades de saúde foram fechadas sem nenhum aviso prévio e a população se deparou com hospitais fechados e exames cancelados do dia para a noite. As unidades de saúde fechadas são as dos bairros Parque Novo Oratório, Bairro Campestre, Vila Humaitá, Parque das Nações, Jardim Bom Pastor, além da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Santo André e do Centro de Especialidades III, na Vila Vitória. Enquanto isso, as UBSs do Jardim Irene e Utinga também passam por intervenções, mas seguem abertas ao público.

No dia de ontem (24), a secretária de saúde de Santo André, Ana Paula Peña Dias, foi reunir-se com 14 vereadores da base aliada da prefeitura na Câmara dos Vereadores, e acabou sendo questionada por manifestantes exigindo justificativas sobre o fechamento das 7 unidades de saúde. O protesto abriu uma crise importante na Câmara, a primeira desde que assumiu Paulo Serra. A Secretária de Saúde acusou dois vereadores da oposição de terem agredido física e verbalmente, e registrou um Boletim de Ocorrência, enquanto isso o presidente do Parlamento, Almir Cicote, base do governo do PSDB, afirmou que não se sentiu contemplado com as explanações da responsável pela Pasta, principalmente referente sobre os fechamentos dos postos de Saúde e os remanejamentos de consultas e endossou o pedido da oposição de uma convocação da secretária durante uma sessão ordinária, com público e transmissão ao vivo na TV Câmara. Enquanto isso, Paulo Serra segue os exemplos de João Dória e também busca privatizar os serviços públicos, entregando a saúde nas mãos de empresas privadas e isentando a prefeitura de sua responsabilidade com a saúde da cidade.

Falamos com Ricardo Alvarez, que foi candidato à prefeito pelo PSOL nas últimas eleições e com Maíra Machado, que foi candidata à vereadora do MRT pelo PSOL. O pronunciamento deles mostra a posição da esquerda na cidade e o combate à precarização dos serviços públicos.

Maíra Machado: É chocante que a prefeitura feche do dia para a noite 7 hospitais municipais. Os bairros afetados são muito populosos e nas periferias da cidade. A saúde de Santo André já estava caótica, filas enormes nas UPAs, a população fica por horas esperando o atendimento. Com o fechamento das unidades são centenas de trabalhadores demitidos e mais precarização da saúde pública. Existe muita revolta na cidade por conta desse ataque à população. O prefeito diz que está fazendo isso pra melhorar a saúde na cidade, mas na verdade é parte de um plano de privatização, de venda da saúde pública. Alguns postos fechados, estavam recém reformados. Além disso, as pessoas estavam com exames marcados, esperando por meses para ser atendidas e perderam sua vaga. Para ter atendimento, tem que se deslocar até o centro, ou para um bairro longe da moradia. Lamentável. Nos colocamos contra essa política da prefeitura, mas também não confiamos na oposição petista que discursa hoje como quem defenda a saúde, mas nestes últimos 4 anos com Grana à frente da prefeitura, não faltaram denuncias de precarização dos postos de saúde. Exigimos a imediata reabertura dos hospitais junto a um plano de obras públicos que permita aumentar o número de US, UBS, e UPAS e garantir aumento de empregos na cidade, financiado pelo imposto progressivo as grandes fortunas. É fundamental que o SindSaude junto com a população que utiliza deste serviço organizem uma verdadeira luta, se apoiando nessa crise política que se abre, para garantir os empregos dos trabalhadores destas unidades assim como um atendimento público de qualidade para todos.

Ricardo Alvarez: O fechamento das Unidades de Saúde em Santo André por si só já se constitui numa ação política profundamente desrespeitosa com a população, mas os problemas que envolvem a medida são mais amplos. Não houve comunicação prévia, deixando os usuários atônitos diante dos portões fechados. Não houve uma comunicação pública que justificasse tais medidas. O fechamento para reforma por um ano é um tempo demasiadamente longo e suscita a desconfiança do encerramento das atividades em definitivo. Além disso, existe um paralelo marcante entre as ações sociais do prefeito Dória (PSDB-São Paulo) e seus discípulos na região do Grande ABC, que se esmeram em dar palanque para suas pretensões presidenciais, ao mesmo tempo em que repetem práticas políticas que atacam direitos, tratam os mais pobres com descaso e acariciam as elites. O prefeito Paulo Serra (PSDB) precarizou um serviço público já carente de recursos e profissionais. Não podemos aceitar estas medidas. É preciso mobilização popular para conseguir a reabertura imediata destas Unidades de Saúde. É preciso valorizar o SUS. Não às privatizações.




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