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OCUPAÇÃO | Maior ocupação urbana do estado de SP, Vila Soma, faz ato após suspensão da reintegração

Danilo ParisEditor de política nacional e professor de Sociologia

domingo 17 de janeiro de 2016 | 09:53

Neste sábado, 16, ocorreu um importante ato de comemoração na Ocupação Vila Soma, na cidade de Sumaré, há 30 Km de Campinas, após a suspensão da reintegração de posse.

A emoção dos quase dez mil moradores foi a presença principal, que sob o canto "aqui tem um bando de louco, louco por moradia, aqueles que acham que é pouco, não sabem o que é a noite fria" marcaram a comoção do ato. Várias organizações, partidos e nomes importantes dos movimentos sociais como Guilherme Boulos, principal dirigente do MTST também estiverem presente.

Após uma semana apreensiva devido aos preparativos ostensivos da Polícia Militar para a reintegração de posse - que estava marcada para se iniciar no domingo, 17 - os moradores da ocupação Vila Soma receberam a decisão do Supremo Tribunal Federal que suspende a ordem de reintegração de posse. Essa decisão, fruto da resistência dos ocupantes, frustou os planos de Alckmin e da prefeita de Sumaré, Cristina Carrara (PSDB), de realizar um novo massacre nas proporções da ocupação do Pinheirinho em São José dos Campos.

Ainda que a PM tenha declarado que receberam a ordem do STF, os moradores da Vila Soma estão decididos a não baixar a guarda e continuarem mobilizados. Segundo o advogado da ocupação, essa foi uma importante batalha, mas a guerra ainda não acabou. Nesse domingo, os moradores entrarão todos juntos, de mãos dadas, em uma atividade simbólica para reaver suas casas.

Vila Soma e a luta pelos direitos sociais

Em um ano de ajustes e tarifaços, com o governo Dilma, os governadores dos estados e municípios unificados para atacar os trabalhadores, essa primeira vitória da Vila Soma é um fato importante na luta pelas obtenções de direitos sociais. Apesar da presença no ato da secretaria da presidência da República, não será pelas mãos do governo Dilma, grande amigo das mega construtoras, que se resolverá o escandaloso déficit habitacional no país. Em 2015, esse governo destinou somente 4% da verba do Minha Casa Minha Vida para atender a faixa 1 (até R$2300 de renda), sendo a maior parte destinada para satisfazer os lucros bilionários dos empresários e da especulação imobiliária. A mobilização independente e unificada dos movimentos sociais, de trabalhadores e juventude será o caminho da luta pelos direitos e contra o ajuste fiscal promovido pelo conjunto dos partidos que governam.




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