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CONGRESSO | Maia não arquiva pedidos de impeachment de Temer

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, continua aliado de Temer, mas não arquiva os 19 pedidos de impeachment que chegaram nas suas mãos.

segunda-feira 19 de junho de 2017 | Edição do dia

O atual presidente da câmara de deputados, Rodrigo Maia (DEM), um dos principais aliados do golpista Michel Temer, segue sem ter arquivado nenhum dos pedidos de impeachment movidos contra o atual presidente. Maia é um dos mais ardorosos defensores das reformas da Previdência e Trabalhista, que têm por objetivo nos fazer trabalhar até morrer.

Além de grande apoiador do golpe e dos ataques, o atual presidente da câmara também se encontra atingido por denúncias que trazem às claras seu envolvimento em esquemas de corrupção, tendo recebido R$ 100 mil da Odebrecht para facilitar a aprovação de uma Medida Provisória que previa incentivos fiscais para grandes setores da burguesia.

Contudo, mesmo sendo um dos principais interessados na aprovação das reformas e integrando um partido que desponta como um dos grandes aliados do atual governo, Maia não arquivou nenhum dos pedidos de impeachment de Temer movidos nos útlimos 31 dias. Ao todo são 19 pedidos, relacionados às delações dos irmãos Joesley e Wesley, da JBS, ambos corruptos que seguem impunes, nas quais fica nítido o envolvimento de Temer em esquemas de corrupção.

Além de não ter arquivado os processos, o presidente da câmara ainda deixou claro, no último dia 15, de que o recesso parlamentar do congresso, que começaria no dia 18 do mês que vem, seja suspenso para que ocorra a análise de um pedido de denúncia movido pelo Procurador Geral da República, Janot, contra Temer.

Embora Maia não tenha arquivado nenhum pedido de impeachment contra o presidente golpista e esteja disposto a suspender o recesso para analisar as denúncias contra Temer, é muito difícil imaginar que o presidente da câmara esteja realmente interessado no impeachment. Isto não apenas pelo fato de seu partido, como dito, ser grande aliado do PMDB, nem apenas por ser, como Temer, grande defensor dos ataques, e nem só por ser Maia também alvo de denúncias de corrupção (Janot já chegou a pedir ao STF a abertura de inquérito para investigá-lo a respeito de seu envolvimento em recebimento de propina da Odebrecht), mas também pelo fato de que é necessário a Maia e a seu partido manterem certa capacidade de pressionar o governo.

Deste modo o DEM pode deixar claro a Temer e à burguesia que é peça fundamental para a manutenção não apenas do atual governo, mas também para o prosseguimento dos ataques. Através da manutenção dos pedidos de impeachment e da possibilidade de acabar com o recesso do congresso para votar a denúncia de Janot, o presidente da câmara mantém-se como peça chave para que o atual presidente possa manter-se no poder e seguir com o processo de aplicação de reformas. Maia não tem como objetivo máximo, certamente, o impeachment de Temer, mas a manutenção dos ataques.




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