sexta-feira 22 de setembro de 2017 | Edição do dia
O Governo do Estado de São Paulo anunciou que a falta de remédios que tem afetado pacientes transplantados e com câncer tem como motivo os atrasos por parte do Ministério da Saúde. Ocorre que tais medicamentos são fundamentais para garantir tratamentos de rejeição, bem como as quimioterapia. A secretária estadual de saúde alegou, em nota ao portal da Folha de São Paulo ontem a noite que a pasta tem "racionalizado o uso para garantir os tratamentos" entretanto os "estoques atingiram situação crítica e podem comprometer a assistência".
O Ministério da Saúde, em nota ao mesmo portal, afirmou que os medicamentos sofreram atraso "devido a importação ou a outros fatores com os fornecedores", na mesma nota o Ministério afirma que o envio está em processo de regularização.
A despeito das colocações do ministério, bem como da secretária estadual de saúde, é importante ressaltar como esta situação reincidente e não ocorre pela primeira vez no estado e em outras regiões do Brasil. No inicio do ano ocorreram falta de medicamentos para tratamento de câncer na grande São Paulo e interior, assim como no Tocantins e Rio de Janeiro.
Tal quadro tende a piorar, e grande parte por conta não apenas da evidente falta de políticas públicas e investimentos eficazes na Saúde - cuja precarização irá se aprofundar com a votação e aprovação da PEC 241/55- mas também pela falta de investimentos, políticas públicas e cortes de verbas para universidades públicas e departamentos de pesquisas (omissão e desmonte promovidos tanto por governos estaduais quanto pelo federal, e que também tem na PEC 241/55 um elemento de negligência e sucateamento do setor de ciência e tecnologia).
Como agravante, temos o fato que grande parte dos recursos de nosso PIB e arrecadação ao invés de investido na saúde e medicamentos para a população trabalhadora e suas famílias, tem sido consumido cada vez mais pela amortização da dívida pública não auditada e cujos títulos e lucros acabam no caixa dos grandes bancos cujos débitos são perdoados pelo governo golpista, desviada em corrupção e incentivos para capitalistas como os corruptos da JBS, assim como de multinacionais e latifundiários que se tratam nos melhores hospitais particulares do Brasil e do exterior.