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ALTERNATIVA POLÍTICA DOS TRABALHADORES | MRT lança pré candidatos a vereadores nas eleições de outubro de 2016

Uma voz anti-capitalista para fortalecer a luta contra a direita reacionária que quer impor um golpe institucional com o impeachment, para aplicar ataques ainda mais duros aos trabalhadores do que os que o PT já vinha aplicando.

quarta-feira 22 de junho de 2016 | Edição do dia

O Movimento Revolucionário de Trabalhadores lança pré-candidatos para ampliar a voz dos trabalhadores, das mulheres e da juventude nas eleições e fortalecer as lutas.

Nossos candidatos vem para fortalecer a construção de uma alternativa política dos trabalhadores, que seja revolucionária e não como o PT, que historicamente concilia com a direita para buscar uma suposta governabilidade e, na própria luta contra o golpe, impediu uma verdadeira resistência controlando as centrais sindicais. Seremos uma plataforma de luta contra o machismo, o racismo e a LGBTfobia. E vamos apresentar propostas para as cidades a partir desses objetivos.

Devido às restrições anti-democráticas do regime político, nossos candidatos não contarão com espaço no rádio e TV, contando somente com a força dos apoiadores para que essas ideias ganhem força frente às candidaturas dos poderosos. Chamamos você a fazer parte dessa iniciativa.

Aqui apresentamos alguns dos nossos principais pré-candidatos do estado de São Paulo, que são trabalhadores com trajetória de luta que sairão como candidatos pelo PSOL. Em breve divulgaremos nossos demais candidatos, incluindo outros estados.
Contamos com o apoio dos que acompanham a atividade cotidiana nas lutas dos militantes do MRT e dos que simpatizam com as ideias do Esquerda Diário, que é parte de uma rede internacional de diários em 5 idiomas e no Brasil vem tendo centenas de milhares de visitas por mês e se transformou numa referência na esquerda.

São Paulo (capital) - Diana Assunção

“Com nossas candidaturas, queremos dar continuidade no terreno eleitoral às batalhas que travamos na luta de classes. Estamos em meio a uma greve dos trabalhadores da USP, categoria que faço parte e que tem o Sintusp, como um dos sindicatos mais combativos do país à frente. Esta greve é mais uma luta em defesa da educação e saúde pública, da defesa dos direitos trabalhistas e sociais. O que está em jogo é se são os trabalhadores que vão pagar a conta da crise que os capitalistas e os governo geraram, ou se vamos fazê-los pagar, por exemplo com o não pagamento da dívida pública aos banqueiros, a taxação das grandes fortunas e o fim do privilégio dos políticos. Também estamos vivendo uma onda de luta das mulheres, contra o machismo, que as que mais sofrem são as mulheres negras que ocupam os trabalhos precários. Na USP também protagonizamos várias lutas em defesa das terceirizadas, o que para nós é parte de unir a classe trabalhadora e se relaciona com a luta contra o machismo que nas eleições tem que ter força, com a defesa dos direitos das mulheres.”

Campinas (SP) - Danilo Magrão

“Como professor da rede pública, e que até pouco tempo foi parte da Apeoesp (Sindicato de Professores de SP), venho dando uma batalha para que a CUT rompa com sua paralisia e impulsione uma verdadeira resistência contra os ataques e a crise do país. Para essas lutas, devemos nos inspirar na força que a juventude mostrou em lutas que participei ombro a ombro como as ocupações dos secundaristas e agora da Unicamp, onde me formei. Na luta da MABE em Campinas, fábrica que foi ocupada pelos trabalhadores para impedir a demissão em massa, ficou apontado um caminho de combate contra as demissões que precisa se fortalecer. Queremos nas eleições ampliar a força do chamado a unir essas lutas contra os ataques e impor uma resposta de fundo para a crise política. Não podemos ter ilusões de que a justiça vai combater a corrupção ou nas reformas políticas cosméticas dos parlamentares corruptos, precisamos de uma Constituinte imposta pela força da luta, única forma de um verdadeiro combate à corrupção e para debater os grandes problemas estruturais do país.”

Santo André (SP) - Maíra Machado

“A educação está sendo um dos principais direitos que estão sendo atacados em meio à crise. Falam em ajuste contra os nossos direitos, mas não fazem nenhum ajuste nos privilégios e super salários dos políticos, juízes e funcionários de alto escalão. Ao contrário, uma das medidas do governo golpista de Temer foi aumentar os salários de todos os poderes absurdamente. Queremos com nossas candidaturas fortalecer a luta em defesa da educação pública que levo adiante como professora, que tem orgulho de também ter sido parte das ocupações dos secundaristas que derrotaram Alckmin. Batalharemos nas eleições para que todos os políticos e juízes ganhem o mesmo salário que uma professora da rede pública e, caso sejamos eleitos, vamos manter nosso mesmo salário e doar o restante para as lutas dos trabalhadores. Mesmo como diretora da Apeoesp (Sindicato de Professores de SP), não aceitamos os privilégios e defendemos a rotatividade dos mandatos, pois os sindicatos devem ser para lutar e não fazer carreira e se afastar da base. Política não é para enriquecer e se distanciar da vida dos trabalhadores, só tem sentido participar das eleições e do parlamento se for para seguir de corpo presente nas lutas dos trabalhadores, como sempre fiz na região do ABC, onde os trabalhadores estão sofrendo uma onda de demissões que precisam ser barradas em todo o país.”

Rio de Janeiro (RJ) - Carolina Cacau

"Com nossas candidaturas queremos dar voz as lutas da educação em curso. Estamos há mais de 110 dias em greve na rede estadual, a maior greve na história da categoria de professores, da qual faço parte. O governador interino Fernando Dornelles, decretou estado de calamidade pública para conseguir ainda mais dinheiro para garantir as Olímpiadas. Mais dinheiro para ser desviado pelo governo do PMDB-PP, enquanto a greve de professores segue sem uma solução por parte do governo e a UERJ, também a mais de 3 meses em greve, não tem condições de voltar a funcionar. Na saúde cada dia mais descaso e desmonte. Em todo o estado terceirizados são demitidos sem receber. Vão atacar a juventude e os trabalhadores com cortes de benefícios como o Bilhete Único nos transportes, além de parcelamento e não pagamento dos salários de diversos setores do funcionalismo público. Temer vai aliviar a dívida dos estados em crise em troca de apoio na votação do impeachment no Senado e como contrapartida vai exigir mais privatizações, como a da Cedae que já está anunciada.
No estado onde teve mais de 80 escolas ocupadas pelos estudantes secundaristas contra a precarização da educação, o PMDB-PP vai intensificar o favorecimento das grandes empresas com isenções fiscais, bilionários desvios em obras claramente superfaturadas. Querem nos fazer pagar pela crise que não fomos nós que criamos. A saída em jogo nesse momento no Rio de Janeiro é o não pagamento da dívida pública aos banqueiros, o fim dos privilégios dos políticos e que todo político ganhe como uma professora.
Com minha candidatura quero fortalecer a luta do povo negro nesse processo eleitoral junto a meus camaradas que vão se lançar nas eleições, Diana Assunção, Danilo Magrão e Maíra Machado, seremos uma plataforma de denúncia do racismo e de luta pelas demandas do povo negro.
Aqui na terra das Olimpíadas, a repressão é a solução do Estado. Nas UPPs tem um tiro a cada 12 minutos. O número de mortos de negros e negras aumentam a cada dia da contagem regressiva dos megaeventos. A política de assassinatos sistemáticos contra nós negros se combina com a impunidade. Nessa semana os policias que mataram a sangue frio com 111 tiros 5 jovens em Costa Barros foram soltos, enquanto, Rafael Braga preso por portar Pinho Sol nas jornadas de junho, segue preso há 3 anos. Nós negros sentimos há meses o gosto amargo da crise nas mesas, com os salários se desvalorizando, com as demissões e o aumento dos preços de alimentos. Somos os que ocupamos os postos de trabalhos mais precários, como os terceirizados que estão sem salários. Na UERJ depois de 13 anos de cotas raciais, o governo ameaça acabar com as cotas. Não vamos permitir que avancem sobre nossos direitos. É preciso lutar pelo aumento das cotas, por permanecia estudantil e pelo fim do vestibular para que todos tenham direito de estudar sem pagar. Lutar em defesa das terceirizadas e pela incorporação sem concurso nos órgãos públicos. Acabar com a impunidade, com as UPPS e com a violência policial.”

Carolina Cacau no I Encontro de Negras e Negros da Assembléia Nacional dos Estudantes Livre de 2 de novembro de 2015:

Diana, Magrão e Maira no 1/5 contra o golpe e os ajustes

Nos inspiramos na experiência de parlamentarismo revolucionário da esquerda argentina

Os candidatos do MRT se inspiram na experiência do PTS, que como parte da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores na Argentina, vem se tornando uma importante referência política no país como alternativa de esquerda ao kirchnerismo. Com Nicolás Del Caño, que foi o candidato a presidente da esquerda nas eleições e uma bancada de deputados federais, como Myrian Bregman, deputados estaduais e vereadores, estamos forjando uma nova tradição política. Nossos parlamentares ganham o mesmo salário que uma professora e doam o restante para as lutas. Estão de corpo presente nas lutas e se colocando à frente contra qualquer tipo de repressão. Trata-se de uma experiência nova na esquerda mundial que queremos trazer para o Brasil.

Veja o vídeo de Nicolás Del Caño


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    O que é uma candidatura por filiação democrática?

    O MRT não é um partido legalizado devido às enormes restrições anti-democráticas do regime político, que impede que organizações de trabalhadores e jovens que não tenham poder econômico ou encarem a tarefa absurda de conseguir mais de 500 mil assinaturas em 9 estados tenham legalidade. Por isso, solicitamos ao PSOL e ao PSTU, como partidos de esquerda, a filiação democrática de companheiras e companheiros que queremos candidatar como vereadores, baseando-se na tradição das organizações de esquerda de abrir a sua legenda em caráter democrático a outras organizações não legalizadas. Ambas organizações, de acordo com este princípio importante no campo da esquerda, nos cederam a legenda, proporcionando-nos a oportunidade de participar das eleições, mantendo nossa autonomia organizativa como MRT e a autonomia política em nossas posições.




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