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PROGRAMA VERDE AMARELO | MP de Bolsonaro aumentará a jornada de trabalho dos bancários para descarregar a crise

Nesta terça, 12, o governo Bolsonaro publicou mais uma Medida Provisória de seu programa econômico hiperexplorador, onde a tônica é “algum emprego sem nenhum direito”. Na MP que abrange uma série de alterações nas leis trabalhistas e tem como alvo aumentar a precarização da juventude trabalhadora, categorias de tradição como bancários também serão atacadas, com um aumento da jornada de trabalho.

quinta-feira 14 de novembro de 2019 | Edição do dia

Com um falso discurso de combate ao desemprego e à informalidade, a MP 905/2019 do Programa Verde e Amarelo de Bolsonaro publicada nesta terça, 12, é voltada aos trabalhadores de 18 a 29 anos que ainda não tiveram emprego com carteira assinada. Trata-se de um plano para testar no setor que mais sofre com o desemprego as medidas cruéis de uma “carteira de trabalho verde e amarela”, sem direitos, que favorece os empresários em detrimento dos trabalhadores.

No texto não só os jovens estão no centro dos ataques. Segundo Bolsonaro e Paulo Guedes também a categoria de bancários deverá sofrer trabalhando mais. A jornada dos bancários, conquistada com a luta dessa categoria histórica, vai deixar de ser obrigatória de 30 horas para 8 horas diárias, o que significará um aumento de ao menos 10 horas por semana, com as agências abrindo aos sábados. Apenas a Caixa Econômica Federal deverá avaliar a medida em acordo coletivo antes de implementar, enquanto para as demais agências a medida já está em vigor.

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Essa MP é mais um passo no sentido de fazer com que sejam os trabalhadores a pagarem com suas condições de trabalho e vida pela crise que foi criada pelos grandes empresários. Ela vem para avançar nos ataques já desferidos com a Reforma Trabalhista de Temer e a própria “mini reforma” de Bolsonaro, que aliás de mini só tinha o nome, pois aprofundou ataques também à organização dos trabalhadores nas CIPAs e à proteção contra acidentes e riscos trabalhistas. No caso dos bancários, com essa MP nada garante que o aumento de jornada terá um aumento respectivo de salário, o que pode significar um ataque ainda maior. Esse seu objetivo de despejar a crise naqueles que trabalham fica escandalosamente à mostra quando se observa que serão os desempregados a pagar a desoneração fiscal dos empresários, com uma porcentagem do Seguro Desemprego, por exemplo.

É preciso que as grandes centrais sindicais, como a CUT e CTB, mobilizem suas bases para manifestações e greves que visem a derrubada dessas medidas e se previnam das que estão por vir, pois com negociatas por cima não impedirá que a avalanche de ataques do Contrato Verde Amarelo se generalize contra todos os trabalhadores.




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