×

DOSSIÊ DIA DA MULHER NEGRA, LATINA E CARIBENHA | MC Carol faz Marielle Franco presente em sua música contra o racismo policial e estatal

Música de MC Carol homenageia Marielle, ativista e vereadora do PSOL executada dia 14 no Rio de Janeiro.

quinta-feira 22 de março de 2018 | Edição do dia

A letra da música é forte e emociona, é mais um contundente protesto contra a realidade de violência policial e estatal contra mulheres e a população negra: “Vocês querem nos matar, nos controlar. Vocês não vão nos calar. Mesmo sangrando a gente vai estar lá pra marchar e gritar”.

Com pano de fundo do brutal assassinato de Marielle, a letra traz a memória de outros casos que comoveram o país e o mundo. MC Carol relembra na homenagem os nomes de Cláudia e Marisa, mulheres negras assassinadas pela polícia, sendo que a primeira foi arrastada pelo camburão e a segunda espancada. “Eu sou Marielle, Cláudia, eu sou Marisa. Sou a preta que podia ser sua filha”, esses são emblemas de uma realidade cotidiana de assassinatos e agressões contra mulheres negras, junto aos seus filhos e familiares.

“O povo preto tá sangrando todo dia. Eu não aguento mais viver oprimida nesse país sem democracia”. O repúdio é implacável contra a decomposição social compulsória que faz milhões de vítimas nas grandes capitais, sendo o Rio de Janeiro uma tela em que esta realidade é escancarada e a população negra a maior vítima do racismo que é intrínseco a essa violência, como reafirma MC Carol no verso “Preto aqui não tem direitos, não tem direito. Mulheres pretas aqui não têm direitos, não têm direitos”. Situação provocada por um Estado onde os direitos elementares são negados e substituídos por medidas cada vez mais autoritárias, como é a Intervenção Federal.

Também há uma forte denúncia que serve contra os governos em geral no país e sua escalada repressiva. No trecho “O poder é opressor, manipulador, eles batem até em professor” lembramos do prefeito de São Paulo, Dória, pretendente a governador que escandalizou os trabalhadores do país ao mandar sua polícia bater e hospitalizar professores em greve.

Assim como as ruas de vários lugares do país e do mundo foram tomadas por milhares de pessoas em revolta contra o assassinato de Marielle, MC Carol traz com sua música uma mensagem de luto, mas com muita revolta e insubordinação, nos trechos “Mesmo sangrando a gente vai estar lá, pra marchar e gritar” e “Vou estar lá gritando contra a morte”.

Marielle e tantas outras vítimas da violência da polícia e do Estado, que fazem do racismo e o feminicídio a dor de muitos negras e negras, mas também muito ódio como visto nas ruas na última semana. A continuidade da luta por Marielle pode determinar se sua investigação será independente ou se será a polícia que deverá dar o veredito sobre um crime que ela mesma é responsável. Contra a intervenção federal no Rio de Janeiro, lutemos junto com os trabalhadores por Marielle, Anderson e todos os negros e negras assassinados pelo Estado.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias