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IMPEACHMENT, CORRUPÇÃO, NEGOCIATAS | Lula é protagonista do jogo de cenas do PT sobre derrubar Cunha para na verdade negociar seu resgate

O ex presidente Lula se reuniu nesta quinta-feira com pelo menos 12 deputados federais petistas para negociar a postura do partido frente ao mandato de Cunha. Por outro lado, um documento da corrente interna do PT chamada Mensagem ao Partido, assinada por correntes menores, pede investigação das denúncias de corrupção contra o pemedebista. Mesmo assim, o PT não é um partido dividido, pois tem Lula, o protagonista das articulações com o PMDB, dentro do partido, com a burocracia sindical da CUT e junto a Dilma do ajuste.

Tassia ArcenioProfessora e assistente social

sexta-feira 16 de outubro de 2015 | 00:00

Nesta quinta-feira, o ex presidente Lula reuniu-se com pelo menos 12 deputados federais petistas para negociar como se posicionar sobre a continuidade do mandato do presidente da Câmara Eduardo Cunha.

Já contra o pemedebista, foi enviado à Executiva Nacional do partido, um documento da corrente interna do PT chamada Mensagem ao Partido (do ex-ministro Tarso Genro e José Eduardo Cardozo, além de Paulo Teixeira e outros deputados federais) e outras correntes minoritárias, pedindo que o Partido dos Trabalhadores “assuma imediatamente a posição de representar junto ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados o deputado federal Eduardo Cunha, solicitando abertura de investigação e processo em razão das graves denúncias de atividades ilícitas e quebra de decoro que são puníveis com a cassação do mandato parlamentar.”

Apesar das ações da cúpulas do PT negociarem a salvação do mandato de Cunha, visando um “acordo de cavalheiros” para que também não saia o impeachment contra Dilma e o documento enviado pelas correntes, junto com liberação da bancada do PT para assinar requerimento de apoio à iniciativa do PSOL e do REDE contra Eduardo Cunha parecerem como contraditórios e possível de aprofundar uma disputa interna no partido, o discurso dos bastidores, articulado por Lula é bastante moderado em todos os setores do partido: cassação de Cunha e impeachment para debaixo dos panos para poder golpear com punho só para atender a burguesia: aprofundar o ajuste fiscal para os trabalhadores e o povo pobre.

Lula como ficou evidente no discurso no Congresso da CUT protagoniza um jogo de cenas onde faz parecer que “daqui para frente”, o governo estará mais voltado para suas bases sociais (contando com o apoio das burocracias sindicais e mesmo, setores da esquerda) e do outro, diminuir a importância das discussões do golpismo, impeachment de Dilma, ou cassação de Cunha, orientando a unidade do partido para continuar governando, no caso, continuar aplicando medidas de austeridade contra a população agradando os grandes empresários.

Com os acordos espúrios cada um, governo, base aliada e oposição de direita, buscam sair melhor localizados publicamente e em cargos (agora e no futuro), mas em um contexto de crise política e crise econômica há muita fragilidade nos acordões, e por isso, é preciso que cada um se apresente como melhor alternativa para a burguesia, e até hoje, o PT vem cumprindo esse papel: aplicando ajuste que retira direitos, amplia tarifaços, implementa o PPE, aumento de juros, e um longo etc, que envolve também nenhum avanço nos direitos democráticos das mulheres, negros e LGBT.

A unidade do governo do PT, pemedebistas e oposição de direita está construída no protagonismo da novela contra os trabalhadores: ameaças de cassação e impeachment para cada um barganhar mais ou perder menos, e na prática, todos seguem governando para os ricos e para garantir que fique de pé essa democracia para poucos.

Apenas uma alternativa política independente do governo, da oposição de direita, disposta a derrotar as burocracias sindicais, desmascarará como Lula é agente dos ajustes e que não é possível isolar a parte “má” de uma supostamente boa do governo, e que, Dilma e Lula estão metidos até a cabeça nos ataques. É preciso combater o PT, Lula, Dilma e a burocracia sindical, para construir uma alternativa em que a juventude e os trabalhadores possam ser sujeitos políticos e poder unificar as lutas contra as medidas do ajuste.




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