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DISPUTA PELA PRESIDÊNCIA DO PT | Lula centraliza corrente majoritária e lança Gleisi Hoffmann para presidência do PT

Em reunião da corrente majoritária do PT, a Construindo um Novo Brasil (CNB), o ex-presidente Lula centralizou os demais candidatos e as posições contrárias, demonstrando mais uma vez sua grande hegemonia dentro do partido e emplacando a candidatura do nome defendido por ele para a presidência da sigla: Gleisi Hoffmann, Senadora e ex-ministra da Casa Civil de Dilma.

terça-feira 4 de abril de 2017 | Edição do dia

A disputa interna para a candidatura da CNB à presidência do PT incluía as pretensões de Alexandre Padilha, ex-ministro da saúde, e Márcio Macedo, deputado federal por Sergipe.

A proposta feita por Lula acabou fazendo com que os dois outros candidatos da tendência interna que dirige o PT retirassem seus nomes da disputa, se unificando em torno do nome proposto pelo ex-presidente, e mostrando, tal como na proposição do nome de Dilma para a candidatura à presidência, em que Lula praticamente centralizou sozinho o partido para impor o nome de sua candidata.

A escolha da líder do PT no Senado e ex-ministra da Casa Civil no governo Dilma Rousseff provocou muitos embates durante reunião da CNB, realizada nesta segunda-feira, 3, em São Paulo. O texto divulgado pela corrente após a decisão afirma que: "A CNB entende que a unidade partidária é pressuposto fundamental para fortalecer e revigorar o nosso partido, para derrotar o projeto neoliberal e construir a possibilidade de o Brasil voltar a ser justo, democrático e feliz com Lula Presidente em 2018".

Apesar de Lula ter hegemonizado a decisão da CNB, o movimento Muda PT, que reúne tendências internas consideradas mais à esquerda, até o momento mantém a candidatura de Lindbergh Farias, também senador do partido pelo estado do Rio.

Os dois senadores têm procurado aparecer com falas na tribuna do senado fazendo oposição às medidas do governo, fortalecendo a tentativa petista de, no momento pós-golpe, se relocalizar politicamente como uma "oposição consequente" ao governo Temer para tentar capitalizar o projeto de "Lula 2018".

A tentativa de Lula é de, com o nome de Gleisi Hoffmann, apresentar uma "cara nova" ao partido, colocando, pela primeira vez, uma mulher no comando da sigla. Além disso, o ex-presidente espera, com esse nome, desarmar a oposição interna e fazer com que Lindbergh desista de sua candidatura. Com esse intuito, Lula tem uma conversa marcada com o senador para essa terça, 4. O senador ainda não deu, no entanto, qualquer sinal de desistência. Ao contrário: tem viajado pelo País em busca de apoio.

Contudo, tanto Gleisi como Lindbergh são investigados pela Operação Lava Jato, demonstrando a dificuldade do partido em aparecer com uma "cara nova" sem acusações na justiça, fato que tem capitalizado figuras da direita como João Doria - cuja possibilidade de candidatura à presidência em 2018 se baseia justamente na eventualidade de seu padrinho político, Alckmin, estar "sujo demais" para ser o nome do PSDB na disputa.


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