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DÍVIDA PÚBLICA | Lucro dos bancos em alta: mais motivos para o não pagamento da dívida pública

terça-feira 4 de abril de 2017 | Edição do dia

Segundo relatório do Banco Central, o Índice de Liquidez do Sistema Financeiro Nacional subiu de 2,10 em Junho do ano passado para 2,36 em dezembro. Quanto mais alto o índice, mais “confortável” a situação de liquidez para os bancos. Isso significa, na prática, que em geral quanto mais liquidez o banco apresenta, mais condições de lucratividade ele possui.

"A liquidez não é fonte de preocupação. O colchão de liquidez dos bancos, formado principalmente por títulos públicos federais, é robusto para suportar eventuais choques no curto prazo. Os ativos de longo prazo vêm sendo integralmente financiados por recursos estáveis, o que mantém o equilíbrio estrutural", avaliou o BC no documento.

A avaliação do Banco Central escancara a maneira como os bancos avaliam sua estabilidade financeira diante da enorme crise econômica pela qual passa o país. A partir do compromisso firmado pelo governo em sistematicamente honrar a dívida pública, os bancos garantem sua estabilidade. No caso, entenda-se “estabilidade” por altas margens de lucro.

No país em que cresce a inflação, aumentam as demissões e o desemprego (que já alcança a estratosférica marca de 12%, chegando a quase 30% em determinadas cidades entre o setor da juventude), multiplicam-se os ataques dos governos contra os trabalhadores, parcelam salários dos servidores e corrói-se o poder de compra da população, os bancos continuam lucrando “como nunca antes se viu na história desse país”.

Tal realidade reafirma a necessidade de se defender o não pagamento da dívida pública. Trata-se de um mecanismo de transferência de renda dos mais pobres para os mais ricos no qual o governo se nega a mexer. Pelo contrário, congela-se o investimento em saúde e educação por vinte anos, altera a previdência de modo a obrigar a população a trabalhar por cinco décadas, precariza o trabalho pela via da terceirização e da reforma trabalhista, se mexe em tudo menos na dívida pública que serve tão somente para enriquecer banqueiros.

A partir da mobilização dos trabalhadores, uma das bandeiras urgentes no momento é o não pagamento da dívida pública e que aponte para o controle do sistema de crédito e bancário como um todo por parte dos trabalhadores e da população. Apenas uma forte mobilização, ainda maior do que a que vimos no dia 15 de Março, pode dar uma resposta para essa questão.




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