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INGLATERRA | Londres: Protesto universitário massivo em defesa do ensino superior

Milhares de estudantes tomaram as ruas de Londres na tarde de quarta-feira, dia 4 de novembro, para pedir a eliminação das taxas universitárias e a recuperação dos auxílios aos estudantes com menos recursos.

Alejandra RíosLondres | @ale_jericho

segunda-feira 9 de novembro de 2015 | 23:48

Foto: EFE / Will Oliver

A marcha foi convocada pelo coletivo Campanha Nacional Contra os Cortes e as Taxas Educacionais (NCAFC, em inglês), que reúne estudantes de faculdades de ensino superior em todo o país. A partir do meio dia iam chegando contingentes de jovens que levavam cartazes e bandeiras onde se liam, entre outros, os lemas “Bolsas sim! Dívida não!”. “Educação gratuita: Não ao Plano Tridente!” e “Nossa educação não está a venda.” Não faltou alusão ao Acordo Transpacífico, como se deixava ser pela consigna “Educação livre e gratuita: sem barreiras, nem fronteiras nem comércio”.

As principais demandas do movimiento universitário são a anulação das taxas universitárias e a recuperação dos auxílios aos estudantes de baixa renda. Em 1999, o Governo trabalhista de Tony Blair introduziu o pagamento de tarifas universitárias, cujo custo triplicou em 2010 com a coalizão conservadora-liberaldemocrática liderada por David Cameron. Depois, o governo conservador modificou o sistema de auxílios para reduzí-las ou diretamente eliminá-las, a favor de um sistema de empréstimos que conduz os estudantes ao endividamento. Mesmo que se trate de um crédito sem juros, se estime que cerca de 1 a cada 3 estudantes não poderia estudar.

O NCAFC surgiu ao calor da luta estudantil de 2010 em resposta à tímida direção do sindicato de estudantes e o superou como referência. Esse momento exige, além de tudo isso, o acesso gratuito à educação superior para todos. A marcha é anual e, aliás, este ano os estudantes demonstraram um interesse maior em envolver-se nessas iniciativas. Para os organizadores da marcha se observa um novo ativismo desde que Jeremy Corbyn se tornou líder do Partido Trabalhista e explicam que muitos dos jovens que hoje estavam nas ruas foram voluntários durante sua campanha na interna trabalhista.

Não é surpresa que ese protesto conte com o apoio do líder da oposição trabalhista, que em uma mensagem reiterou aos estudantes sua promessa de abolir o pagamento de matrículas universitárias se chegar a governar e os instigou a “seguir protestando e fazendo campanha pela justiça”. Por sua parte, o segundo em comando, John McDonnell, disse que “a atual geração de estudantes foi traída por este Governo, com aumento das taxas, eliminação das bolsas de permanência e cortes na educação”.

Com a ação de hoje, o movimiento estudantil se coloca no tom das recentes mobilizações contra a austeridade de 20 de junho em Londres e de 4 de outubro em Manchester.

Durante a manifestação em geral pacífica, se observou uma forte presença policial e se registrou uma série de confrontos entre alguns participantes e as forças policiais e segundo o The Guardian esses acabaram com a prisão de 12 manifestantes. Uma porta-voz do NCAFC declarou que o movimento apoia ações diretas não violentas e denunciou que a policia atuou violentamente contra os manifestantes. Além disso, lembrou o caso de Ashley Meadows, um estudante que teve o cérebro operado em emergência após ser golpeado supostamente por um policial durante os protestos de 2010.

A luta universitária não acaba aqui. Os sindicatos de estudantes começaram a organizar uma votação nacional chamando a realização de medidas de ação contra os cortes às bolsas de permanência e aos planos de apoio aos estudantes. Para dar continuidade a este espirito de luta é provável que no início de fevereiro saiam novamente às ruas.




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