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PRIVATIZAÇÃO LINHA-5 | Linha 5 do Metrô de SP privatizada põe em risco vida de usuários e trabalhadores

O processo de privatização divide funcionários, degrada o sistema e coloca em risco a população na Linha 5 - Lilás. O Esquerda Diário recebeu denúncias sobre as situações a que os funcionários e população são submetidos nesse processo insalubre.

quarta-feira 11 de julho de 2018 | Edição do dia

A Linha 5 - Lilás foi privatizada para a CCR, vencedora do leilão realizado em janeiro deste ano, e que agora irá administrá-la. Segundo o Metrô a previsão de entrega total das linhas é para 04 de agosto, no entanto para fazerem isso vem expondo trabalhadores e população a diversas situações de risco.

A CCR nem está operando sozinha a linha e já fica evidente que privatização é igual a precarização do trabalho, do sistema e do serviço prestado para a população. Por exemplo, ficamos sabendo através de trabalhadores da CCR que eles realizaram cerca de um mês de treinamento para operar o trem, enquanto o Metrô realiza um treinamento de quase quatro meses para seus operadores. Além disso, funcionários da CCR que irão trabalhar com equipamentos elétricos das estações não possuem o mínimo de segurança, como por exemplo, calçados específicos de EPI ou orientações sobre coisas básicas como se movimentar nas áreas técnicas sem sofrer acidentes ou causar danos a equipamentos.

Neste processo de transferência da Linha 5, tanto operadores da CCR como os do Metrô foram pegos de surpresa no dia 04/07 quando foi decidido, sem comunicação aos trabalhadores, que a partir das 9h teria início a operação de trens pelos operadores da CCR com monitoramento de operadores do Metro.

No entanto, não é parte da função dos operadores de trem do Metrô dar monitoramento, isto cabe a profissionais especificamente treinados para essa função. Sabendo disso, o Metrô criou novas regras que obrigam os operadores de trem do Metrô a realizarem esta função, assim os operadores foram colocados na condição de monitores o que deixa sob responsabilidade do operador do metro qualquer problema ou catástrofe que ocorra por conta da má operação da CCR. Vale ressaltar que o procedimento adotado pelo metro não respalda os operadores de trem nas atuações mediante esse monitoramento.

A CCR quer que seus operadores andem trechos da linha em MCS (modalidade de semi- manual em que o operador traciona, alinha trem e fecha portas nas estações) desde o dia 04/07 e operadores do metrô tem que monitorar, sendo que pelo procedimento do Metro os operadores não podem andar nessa modalidade sem autorização do Centro de Controle Operacional a não ser mediante falhas ou problemas que obriguem a usar essa modalidade. Ou seja, operadores do Metro são obrigados a monitorar algo que nem é prática deles.

É evidente que o pouco tempo de treinamento que a CCR oferece aos operadores impacta na qualidade e segurança para funcionários e população que fica visível em alguns casos relatados por operadores do Metrô como: “operadores da CCR não sabem sequer verificar quando o trem tem alguma falha impeditiva e deixam coisas simples atrapalharem a prestação de serviços; alinham trens fazendo suas anotações sem se quer observar movimentação de usuários na plataforma”, o que ocasiona enorme risco a população. Ressaltando que uma das funções mais importantes do operador de trem está exatamente em monitorar plataforma no alinhamento. “Ao alinhar trem em MCS acabam deixando passar porta ou até mesmo carro da plataforma tornando difícil ou impossível prestar serviço na estação”.

Quem assume o controle da linha é o Centro de Controle Operacional da Via Mobilidade que não tem experiência nem preparo para comandar a circulação de trens e estratégias. Um exemplo desse despreparo é o que ocorreu quarta (11/07). Houve um problema no sistema que controla a circulação de trens (CBTC) e o caos se instalou na linha 5 das 10h e 50 min até as 14h quando anunciavam que a circulação se normalizaria aos poucos. Durante esse período aconteceram varias situações de alto risco para funcionários e usuários como trens parados perto da estação sem conseguir chegar, usuários acabaram descendo na via pela demora em normalizar a circulação de trens e tudo isso foi agravado pela inexperiência e despreparo do CCO- CCR. Inclusive, vazou um áudio em que o CCO-CCR solicitou que os operadores colocassem “os trens em automático (velocidade que atinge até 80km/h) e freassem caso avistasse usuários na via” o que demonstra que não se certificaram que não havia mais usuários na via antes de voltar a circulação. Vale ressaltar que no Metrô em caso de usuário na via é sempre certificado que não há mais pessoas andando por lá antes de solicitar a volta a circulação normal e os operadores acabam, eles mesmo, controlando a velocidade do trem para reduzir qualquer risco de acidente.

E no processo de privatização do governo Geraldo Alckmin e seu vice Márcio França, a população se torna cobaia dessa transição e da privatizacao com atrasos na linha e transtornos ocasionados pela prestação de serviço deficitária.




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