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DENÚNCIA JANOT | Líderes do governo querem que o relator da denúncia de Janot na CCJ proteja Temer

A CCJ é o colegiado responsável por votar a admissibilidade da denúncia na Câmara dos Deputados. Os líderes dos partidos da base do governo articulam com o presidente dessa comissão um nome da relatoria da denuncia feita ontem por Janot que atue no sentido de impedir que essa denúncia avance para a Câmara de Deputados.

terça-feira 27 de junho de 2017 | Edição do dia

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) é o colegiado responsável por votar a admissibilidade da denúncia na Câmara dos Deputados. O presidente da CCj, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) que vem demonstrando independência em relação ao governo na condução dos trabalhos, avisou que quer um perfil técnico, com conhecimento jurídico e assíduo na comissão. "Minha posição é de independência, de não permitir influência do governo, nem de ninguém", disse Pacheco ao Estado/Broadcast.

Líderes governistas pressionam Pacheco para influenciar na escolha do deputado que vai relatar a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer Os governistas querem não só uma tramitação rápida do pedido, como esperam a indicação de um parlamentar alinhado com o Palácio do Planalto.

Ontem, no entanto, antes da apresentação da denúncia, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou, em evento em São Paulo, que cada deputado vai votar de acordo com sua consciência e é preciso ter "paciência". Ele disse também que não sabe qual será a decisão da Câmara. "Cada deputado vai votar com a sua consciência", afirmou. O deputado disse que Temer tem maioria no Congresso, mas que é preciso esperar e ainda admitiu que as acusações são "graves".

Na Câmara, as movimentações já começaram. Uma troca na CCJ foi realizada ontem, quando o Solidariedade decidiu tirar o deputado Major Olímpio (SP) da vaga de titular. Com um forte discurso de oposição, Major Olímpio foi substituído pelo líder da bancada, Áureo (RJ).

Fontes relatam que Pacheco já foi procurado por líderes partidários e que o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, se dispôs a assumir as conversas para que seja escolhido um parlamentar com perfil "chapa-branca". Os governistas não querem ter "surpresas" na relatoria da denúncia. Padilha negou a interferência, mas o favorito dos governistas hoje para a função é Jones Martins (PMDB-RS), ex-prefeito de Gravataí e suplente do deputado licenciado Osmar Terra (PMDB-RS), hoje ministro de Desenvolvimento Social e Agrário.

Martins é um nome próximo de Padilha e apontado por alguns aliados como afilhado político do ministro da Casa Civil. "Jones é um constitucionalista. Seria uma boa escolha", disse o vice-líder da bancada do PMDB, Carlos Marun (MS). O deputado, que já sondou Pacheco e ouviu dele que fará uma escolha "meticulosa", disse confiar na responsabilidade do presidente da CCJ. "Não é o momento para fazer pirotecnia."




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