×

ECONOMIA NACIONAL | Levy prevê recuperação lenta no Brasil e defende estratégia de longo prazo

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, se mostrou cauteloso ao afirmar nesta segunda-feira que prevê uma "recuperação lenta" para o país, e defendeu o plano de ajuste fiscal lançado pelo governo como "uma estratégia de longo prazo" que busca recuperar a "confiança" na economia brasileira.

quarta-feira 3 de junho de 2015 | 00:00

"Vai ser uma recuperação lenta, por isso precisamos de uma nova economia. Nossa estratégia é de longo prazo, o mundo atual vai se manter", afirmou Levy em uma conferência sobre os desafios da América Latina na sede do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington.

Levy se referia assim ao novo contexto de arrefecimento da China e de menor demanda global, assim como às previsões de encarecimento do crédito com a eventual alta das taxas de juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed).

Por isso, em sua intervenção, o ministro voltou a defender o plano de ajuste fiscal lançado pelo governo para equilibrar as contas públicas e com o qual o governo brasileiro pretende retomar o crescimento em 2016.

Levy, que trabalhou no FMI entre 1992 e 1999 no Departamento do Hemisfério Ocidental, reconheceu que "nos últimos anos havia uma grande incerteza sobre o futuro econômico do Brasil, e por isso o investimento caiu, e vai levar um tempo até que volte a crescer".

"Não se trata de dar mais estímulo (fiscal), se não quiser que as pessoas se sintam mais confiantes no contexto atual", argumentou, ao defender a série de medidas propostas ao legislativo para reorganizar a situação fiscal.

O ministro, nomeado pela presidente Dilma Rousseff como um afago aos mercados por sua ortodoxia econômica, apostou em simplificar o sistema tributário para reduzir isenções, melhorar as regulações e oferecer mais transparência.

Além disso, defendeu uma maior vocação comercial como elemento modernizador da economia, e usou as recentes aproximações com a União Europeia (UE) e com o México como exemplo.

"Se oferecemos mais concorrência e mais eficiência vamos ter resultados. E como consequência, nosso crescimento potencial será elevado", disse em um painel em que estava acompanhado por David Lipton, assessor especial da diretora-geral do FMI; e Nathan Sheets, subsecretário para Assuntos Internacionais do Tesouro dos Estados Unidos.

A economia brasileira se contraiu 0,2% no primeiro trimestre de 2015, resultado que indica um panorama negativo para este ano, quando o governo prevê uma queda de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

Levy também aproveitou sua visita a Washington para se encontrar com o secretário do Tesouro dos EUA, Jack Lew.

Estes movimentos de Levy, como discutimos em outros artigos, não se podem dissociar dos ajustes promovidos por Dilma e o PT. Intelectuais e acadêmicos ligados ao PT tentam mostrar Levy como "um estranho no ninho" do governo Dilma (alguns até levantam um "Fora Levy", tentando tirar a petista "da enrascada em que se meteu"), esquecendo que a direita neoliberal está junto ao governo petista.

Dilma e o PT tem todo o arco da direita como aliados no governo, desde Maluf, Sarney, Collor, Kátia Abreu, passando por dissensões com os antigos aliados PMDBistas Cunha e Calheiros, até chegar no próprio Joaquim Levy, que adora ir a Nova Iorque oferecer a mão de obra terceirizada brasileira, vítima das MPs 664 e 665 do governo e do PL4330, para as mutinacionais ianques.

Não foi Levy, e sim Dilma quem promoveu estes ataques, com a conivência da burocracia sindical da CUT e CTB (e da burocracia ligada diretamente à patronal, a Força Sindical). Os trabalhadores precisarão romper as cadeias destas burocracias que protegem o PT (que como Vagner Freitas da CUT, até dizem que "defender a esquerda é defender o PT", num ato de desespero), para erguer uma terceira força independente contra os ataques petistas.

Esquerda Diário/ EFE




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias