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Declaração | Leticia Parks:"Depois do Black Lives Matter, onda de greves nos EUA aponta o caminho da luta de classes para enfrentar a crise"

Reproduzimos aqui a declaração da professora e co-organizadora dos livros, A Revolução e o Negro e Mulheres negras e marxismo, Leticia Parks, sobre as recentes greves operárias nos Estados Unidos.

quarta-feira 20 de outubro de 2021 | Edição do dia

Leticia em ato por Justiça à Mari Ferrer/Reprodução

“A mobilização do Black Lives Matter ano passado, foi a maior mobilização de massas dos Estados Unidos, que nos fez lembrar do movimento pelos Direitos Civis, mas também da grande onda de greves entre 1933 e 1934 nos Estados Unidos."

Striketober | Os trabalhadores norte-americanos estão em greve contra o sistema salarial de dois níveis

"Cada movimento deixou sua marca na história, impactando gerações de lutadores e reverberando politicamente no futuro. Assim, não tem como não olhar que depois do BLM, quando já tinham-se um recorde no número de greves, o movimento atual não tenha influência dessas grandes manifestações por Justiça à George Floyd e Sem Justiça, Sem Paz. Mas o atual movimento, não surge como uma continuação lógica do BLM, surge também em meio ao seu desvio principalmente por obra do Partido Democrata de Biden, que colocou a primeira mulher negra a ser responsável por bombardear o Oriente Médio."

Estados Unidos | Diante da realidade da classe trabalhadora, qual é o caminho para triunfar?

"E o que isso significa? Biden e o establishment americano, a burguesia imperialista, colocaram toda a sua força para que as grandes demonstrações das massas negras acabassem em eleger novamente os democratas. Um desvio do movimento, já que para os negros, não se trata de somente não ter um republicano na Casa Branca, mas de acabar com o racismo e com a polícia. E não tem como acabar com essas marcas escravocratas na sociedade, sem acabar com capitalismo. E depois do Black Lives Matter, a onda de greves nos EUA aponta o caminho da luta de classes para enfrentar a crise. A classe trabalhadora americana tem o poder de colocar essa burguesia racista e colonialista em cheque, se aliando com o movimento negro e dando um grande exemplo de como enfrentar também Bolsonaro, Dória e toda a burguesia brasileira. Os trabalhadores americanos se revoltam por trabalhar mais de 16h por dia, por não ter dinheiro para pagar creche para suas crianças, aqui nós vemos cada vez mais filas de osso e lixo, supermercados não dão mais ossos, eles vendem! Esse é o nível absurdo da situação brasileira, precisamos já! De um plano de luta para que os salários cheguem ao fim do mês e por emprego digno para todos! Pela unificação das lutas que acontecem agora, principalmente da educação em São Paulo, mas de muitas outras. Unificados somos mais fortes.”




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