terça-feira 25 de outubro de 2016 | Edição do dia
No alto das montanhas da serra gaúcha, em Caxias do Sul, acontece há um tempo o Órbita literária, que se compromete a produzir conversas sobre os mais diversos autores e temas da literatura.
No dia 24 de outubro às 20h será a vez de Paulo Leminski, poeta curitibano que nasceu em 1944. Há quem diga que teve uma vida curta, mas quem conhece a sua história sabe o quão prolífico e fecundo foi. Tendo influência do modernismo, coloquialismo, concretismo, do haicai japonês e toda bagagem erudita que construiu.
A sua poesia, inútil como dizia, era certeira como um tiro, irônica, bem construída, e caminhava na linha nada tênue entre o concreto e a desconstruída métrica moderna e popular. A pausa, o respiro. Ou a velocidade de um raio e o silêncio. Leminski conseguiu transitar na academia e nas ruas emergidas pela tropicália.
A apresentação tentará esboçar análises da sua vida e obra com um olhar psicológico, sociológico e filosófico, deixando em segundo plano a crítica literária. Além de poeta, contista, ensaísta, romancista, músico, professor, faixa-preta de Judô, poliglota, Leminski escreveu biografias sobre alguns ícones da história, como Bashô, Jesus, Cruz e Sousa e Trotski. Este último por conta de uma admiração do poeta pelo revolucionário russo.
Além da biografia, Leminski escreveu poesias e textos sobre a libelu, liberdade e luta, tendência trotskista do movimento estudantil da década de 70. O polaco-negro curitibano não se contentava com pouco, tinha uma força de samurai para desbravar o conhecimento. Certa feita sua filha o perguntou acerca da revolução russa. Foi o suficiente para ele mergulhar na história.
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Pippo Pezzini nasceu em Curitiba em 16 de julho de 1990, atualmente reside em Caxias do Sul. É escritor, compositor, músico, psicólogo e agitador cultural.
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