Tentando cooptar o movimento Black Lives Matter, Harris e Biden afirmam que condenação de Derek Chauvin é "grande passo adiante" nos EUA.
quarta-feira 21 de abril de 2021 | Edição do dia
Foto: REUTERS
Nesta terça-feira (20), em pronunciamento, após veredicto de condenação do ex-policial que assassinou George Floyd, Derek Chauvin, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris afirmou que o governo que ela pertence é parte do legado de George Floyd.
Harris afirmou que o veredito é um primeiro passo, ao comentar sobre a Lei George Floyd de Justiça no Policiamento apresentada no Senado, em agosto do ano passado.
“Precisamos reformar o sistema. Essa lei é parte do legado de George Floyd (...) Somos todos parte do legado de George Floyd, é nosso dever honrá-lo.” disse Harris antes do pronunciamento de Joe Biden que afirmou que “Vamos fazer com que esse seja seu legado, um legado de paz, não de violência."
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Em decisão histórica, longe de ser fruto da sensatez do judiciário norte-americano, a condenação do Derek Chauvin é reflexo da luta feroz do movimento Black Lives Matter que se espalhou pelo globo contra o racismo e a violência policial.
O Partido Democrata desde o início das manifestações em justiça por George Floyd tentaram desviar as mobilizações e canalizar para vias institucionais, tentando colocar figuras como Kamala Harris como expressão dessa luta que estremeceu o coração do imperialismo.
Entretanto, vimos que o próprio Biden aconselhou a polícia a disparar nas pernas, para não atingir as cabeça dos manifestantes que estavam nas mobilizações do Black Lives Matter, e Kamala Harris, sendo a primeira vice-presidente negra, também se tornou a primeira mulher e negra na história dos Estados Unidos a bombardear o Oriente Médio, e sua trajetória política é de ser "linha dura” a favor do encarceramento em massa no sistema prisional, demostrando que sua posição de classe faz com que jamais consiga ser legado de George Floyd e das massas negras contra o racismo.
Derek Chauvin, o assassino de George Floyd, acaba de ser considerado culpado por júri popular nos EUA. Há outros milhares assassinos fardados protegendo o lucro capitalista. O racismo capitalista não senta no banco dos réus. Nossa luta segue. #semjusticasempaz
— Letícia Parks (@letparks) April 20, 2021
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