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Na madrugada de domingo (22/01) uma jovem de 18 anos teve seu 80% do seu corpo queimado depois de ser recusar a ter relação sexual com o seu companheiro.

Isa SantosAssistente social e residente no Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ

quarta-feira 25 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Os casos de feminicídio, violência doméstica e estupros se acumulam. No último dia 12, Janaína foi morta com 14 tiros na esquina de casa pelo seu ex companheiro. Dez dias depois, mas precisamente na madrugada do dia 22, na cidade de Vacaria, a cerca de 240 quilômetros de Porto Alegre (RS) uma jovem tem seu corpo incendiado pelo companheiro, com quem residia. Nestes 10 dias, a cada duas horas uma mulher é assassinada no Brasil de acordo com os dados do Mapa da Violência Contra a Mulher.

A jovem de 18 anos teve o corpo molhado de gasolina e incendiado após se recusar a ter relações sexuais com o namorado quando este chegou de uma festa. Ela encontra-se internada com 80% do corpo queimado. Os dois moravam juntos na casa de parentes do jovem, que teve parte dos cômodos destruída pelas chamas. Ela foi socorrida pelos moradores da casa. O autor do crime foi identificado como Michael de Andrade Ribas, de 28 anos. Michel, que também teve parte do corpo queimado e foi atendido numa Unidade de Pronto Atendimento (UPA), encontra-se foragido.

A maior parte dos casos de violência contra mulher e feminicídios que ocorrem no país hoje são realizados por conhecidos ou companheiros e ex companheiros das vítimas. Dentre as mulheres mais desprotegidas, de acordo com o Mapa da Violência, encontram-se as mulheres pobres e negras. Os dados deste mapa mostram que 4.762 mulheres foram assassinadas somente no ano de 2013. Os assassinatos de mulheres motivados pela violência machista é a última escala da violência cotidiana que nós enfrentamos cotidianamente.

A situação das mulheres, que durante o governo Dilma tinham 26 centavos (por mulher) de investimento no combate a violência, se tornou ainda mais precária depois do golpe institucional. O atual presidente e seus aliados, que dedicaram o golpe a bíblia, bala, ao boi e a família, querem impor e seguem fortalecendo um papel de submissão para as mulheres.

São incontáveis as declarações e ações machistas dessa direita que querem transformar as mulheres em uma extensão das vontades patriarcais. Enquanto Dória afirma que a mulher seria naturalmente mais sensível e propensa às causas sociais, Temer se empanha em aprovar um conjunto de ataques que ataca profundamente as mulheres e, na cidade do Rio, o atual prefeito nomeia um empresario machista para a Secretaria de Turismo da cidade.

A luta contra a cultura machista, a luta por nenhuma a menos, está diretamente relacionada em responsabilizar as instituições que são agentes de aprofundar as teias de violência e opressão de uma sociedade patriarcal e capitalista. As soluções para os problemas que as mulheres sofrem hoje, para a opressão e violência machista está longe dos planos desse governo burguês, machista e golpista. As marchas de mulheres contra Trump, que tomaram as ruas das cidades dos Estados Unidos, devem ser um ponto de apoio para a luta das mulheres contra a violência machista e os governos que querem atacar nossos direitos. Nenhuma a menos pela violência machista!




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