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DENGUE EM CAMPINAS | Jonas bate seu próprio recorde e Campinas vive sua segunda epidemia de dengue consecutiva

Em 2014 Campinas já havia sofrido a maior epidemia de dengue de sua história sendo a cidade brasileira com mais casos da doença no país, com 42.664 casos e 10 mortes. Neste ano, com mais de 51 mil casos confirmados, a cidade vive outra epidemia, na qual o número de infectados no primeiro semestre de 2015 chega a ser 21,3% maior do que o total registrado no mesmo período de 2014. Desde o começo deste ano foram confirmadas sete mortes na cidade e três estão sob investigação.

quarta-feira 15 de julho de 2015 | 00:00

O prefeito da cidade Jonas Donizette ( PSB) já em março deste ano afirmava que parte da culpa pela alta estatística de casos de dengue na cidade era de pessoas que moram em outras cidades, que contraem dengue e buscam se tratar em Campinas. Isso não somente é uma falácia como também é incoerente com o cotidiano que se estabelece no caótico sistema de saúde. Na prática, a população em caso de suspeita de dengue busca o pronto-atendimento ou a farmácia mais próxima já que alguns dos sintomas iniciais da dengue costumam ser muito semelhantes aos de uma gripe comum (dores de cabeça, febre) sendo assim, moradores de cidades próximas de Campinas fazem seus tratamentos com mais facilidade localmente e só procurariam cidades maiores como Campinas quando a necessidade impusesse um tratamento mais complexo, impossível de ser realizado nas suas próprias cidades.

Em abril, Jonas admitiu a existência da epidemia de dengue em Campinas. No entanto, quando o Ministério Público enviou um ofício à Prefeitura de Campinas para cobrando a entrega de um mapeamento das áreas com degradação ambiental, incluindo cronograma para limpeza e recuperação, Jonas afirmou que o problema da dengue é generalizado e que ocorre em âmbito nacional. O prefeito que também está sendo investigado pelo MP por improbidade administrativa já se demonstrou incapaz de combater uma doença que com duas epidemias consecutivas se aprofunda principalmente no cenário de abandono das localidades mais pobres e precárias da cidade, principalmente as que não possuem saneamento básico. No Jardim Fernanda que vai sofrer com os impactos da ampliação de Viracopos nem o asfalto foi concluído, com isso a proliferação do mosquito é ainda mais propícia. Nas periferias as praças são abandonadas e os terrenos baldios são propícios para proliferação da larva do mosquito. A saúde como um todo em Campinas já era tratada com muito descaso desde a gestão de Hélio. Nos postos de saúde faltam medicamentos e insumos, mais profissionais para atender a demanda, alguns estão com obras a serem concluídas há anos. Jonas intensifica esse descaso em março deste ano quando ao lado de 26 vereadores aprova o processo o projeto de lei complementar 10/2015, que qualifica Organizações Sociais (OSs) e autoriza a administração municipal a contratá-las para serviços das áreas de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura, saúde, esporte e assistência social. Com as OSs e publicações em diários oficiais em que ameaça privatização da farmácia do Hospital Mario Gatti, Jonas garante a intensificação do descaso com a saúde pública em Campinas e a precarização do trabalho através da instabilidade dos contratos.

O governo Dilma também tem sua grande parcela de culpa nesse recorde epidêmico, pois caminha no sentido de garantir os lucros dos donos de grandes laboratórios produtores de medicamentos e da retirada de direitos dos trabalhadores, via medidas provisórias. Ao permitir que doenças que poderiam ser facilmente prevenidas se transformem em epidemias, o governo Dilma precisa arcar com custos de auxílios-doença via INSS aos trabalhadores infectados e que precisam ser afastados das funções para tratamento e recuperação. O número de benefícios concedidos na cidade atrelados à enfermidade subiu de um, em 2013, para 21 durante o ano passado e a tendência é ser ainda maior neste ano.

Jonas bate seu próprio recorde e até o do ex-prefeito Dr Helio em relação a epidemia de dengue na cidade e ao invés de deixar o número de casos se alastrarem deveria garantir saúde pública gratuita de qualidade, assim como educação e transporte, reivindicações que a juventude da cidade já expressou aos milhares nas ruas desta mesma Campinas, em junho de 2013.




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