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CUMPRIRÁ A PALAVRA OU FARÁ COMO OBAMA? | Jacques Wagner fala que tropas brasileiras deixarão o Haiti em 2016

sexta-feira 22 de maio de 2015 | 01:10

O ministro da Defesa, Jacques Wagner, afirmou nesta quinta-feira que as tropas brasileiras que integram a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) deixarão o país até o fim de 2016.

Em uma audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado, o ministro disse que o Brasil já diminuiu seu efetivo no Haiti e continuará reduzindo gradualmente até o último soldado abandonar o país caribenho no fim do próximo ano.

"Trata-se de uma missão humanitária que já tem data prevista para terminar. Esse ano, já tivemos uma redução e para o próximo está prevista a retirada total das tropas, não só as do Brasil, mas também as da ONU", afirmou Wagner.

Segundo o ministro, atualmente há 1.343 militares brasileiros no Haiti, número pequeno em relação aos 30 mil que foram ao país durante o início da missão dita humanitária. No final de 2015, apenas 850 homens permanecerão no Haiti.

"Vários oficiais de outros países da América do Sul foram comunicados neste ano sobre o retorno. O fim (da missão) está marcado para o final de 2016", assegurou o ministro.

O chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi, que acompanhou o ministro na audiência, disse que a maior parte dos países que integram a missão da ONU irá retirar as tropas do Haiti ainda neste ano.

O Conselho de Segurança da ONU estendeu no ano passado a permanência da Minustah até 15 de outubro de 2015, quando revisará novamente a decisão. Em sua última reunião, o órgão afirmou que a situação da segurança no país é "estável".

Por isso, recomendou a sequência da missão sem mudanças na quantidade de homens do componente policial (UNPol), integrado atualmente por 2.601 agentes de cerca de 50 países.

A ONU defende que a missão permaneça no Haiti até a consolidação dos resultados das eleições previstas para fevereiro de 2016, após a posse do novo presidente e parlamento do país.

Ao contrário do discurso de “Missão Humanitária”, há 10 anos os governos ditos progressistas da América Latina, encabeçados pelo Brasil, durante todo o tempo de governo do PT, tem feito o papel de garantir a ocupação imperialista com uma aparência amigável, servindo para oprimir e controlar o povo haitiano, para que a justa revolta de uma população miserável e explorada não exploda, não tome como exemplo seu próprio passado revolucionário e, assim, não incomode os negócios imperialistas na região.

Uma das consequências da situação insuportável imposta aos haitianos é a imigração para o Brasil, onde encontram mais uma vez condições degradantes. No mesmo momento do anúncio da retirada das tropas, o Brasil lida com a superlotação da Casa do Imigrante, pelo enorme fluxo de haitianos.

É difícil saber se as promessas de dar fim a ocupação são palavras ao vento, como foram as promessas de Obama de acabar com as guerras e ocupações, ou de fechar Guantánamo ou se serão colocadas em prática gradativamente pelo governo brasileiro e pela ONU, uma vez que a liderança brasileira nesta missão é parte de uma política do Estado brasileiro para mostrar serviço ao imperialismo para barganhar maiores posições na ONU.

A luta pela retirada das tropas e fim da ocupação no Haiti, assim como contra a exploração e a violenta opressão que sofrem os negros, seja pelas mãos da polícia aqui ou dos soldados lá, é uma única luta, que deve ser tomada por toda a classe operária e a juventude. Trata-se de uma luta contra o imperialismo, contra o racismo, e pela autodeterminação. É a luta dos trabalhadores pela retomada de seu próprio destino enquanto classe, que não passa por confiar em promessas dos mesmos que impõe essa opressão, mas em nossas próprias forças. A unidade dos povos latino-americanos não se dará pelas mãos desses governos que se dizem progressistas mas todos juntos ajudam a reprimir o povo haitiano mas pela ação dos trabalhadores de nossos países.

EFE/Redação Esquerda Diário




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