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AGRESSÃO POLICIAL | “Já chegaram na brutalidade”, disse jovem negro agredido com mata-leão por policiais em SP

sábado 25 de julho de 2020 | Edição do dia

Nesta semana ocorreu mais um episódio de racismo e violência policial . Um jovem negro de 20 anos, Rodrigo Ramos, levou um mata leão de um policial branco em João Ramalho no interior de São Paulo, no dia 20 de julho. O jovem disse que a polícia chegou “já na brutalidade”, e afirmou em reportagem ao g1 que achou que iriam matá-lo. Os policiais que atacaram Rodrigo foram filmados mostrando eles o enforcando pelas costas. Uma mulher que viu o crime começou a gritar dizendo que o jovem não conseguia respirar e que não havia motivos para o ato.

“Não é pelo fato de pegar a moto. Fiquei em choque pela abordagem, pelo jeito que foi. Já chegou na brutalidade e não deixava a gente falar. Eu já não conseguia respirar mais. Na hora achei que ele ia me matar porque apertava forte”, disse o rapaz.

É um absurdo e uma verdadeira covardia da polícia que segue massacrando a população negra com brutalidade. Rodrigo disse que não conseguia respirar, as mesmas palavras de George Floyd nos Estados Unidos repetiu incansavelmente durante nove minutos em que o policial ficou ajoelhado em seu pescoço até a morte. Semelhante também ocorreu em Parelheiros, Zona Sul de São Paulo, onde uma mulher negra de 51 anos foi quase asfixiada por um policial militar que pisou com todo o seu peso no pescoço da vítima que estava jogada no chão.

O assassinato de Floyd desencadeou um fenômeno antirracista nos Estados Unidos e no mundo todo. A impunidade aos policiais assassinos aqui no Brasil também é igual a dos EUA, que libertaram sob fiança quase todos os envolvidos no assassinato de George Floyd. A rigor, a impunidade dos policiais no Brasil é ainda maior, uma vez que eles tem o privilégio de ter seus inúmeros e recorrentes crimes julgados por eles mesmos, no casos, por uma justiça militar corrupta e corporativista que não hesita em inocentar policiais que cometeram os mais medonhos e asquerosos abusos, desde que tenham sido perpetrados contra os negros, as mulheres, os indígenas, os pobres e trabalhadores.

Não existe qualquer possibilidade de mudança ou reforma das instituições policiais e ilusões acerca de policiais humanizados só servem para ocultar que, do ponto de vista da burguesia, a polícia funciona maravilhosamente bem, cumprindo magistralmente o papel para o qual foi criada e idealizada.
É necessário seguir o exemplo dos jovens negros dos EUA que não falam sobre qualquer tipo de reforma da polícia, mas sim de sua abolição, da extinção das forças policiais e do desfinanciamento desse gigantesco aparato repressivo, aparato que é podre e corrupto cuja única solução é ser demolido até suas fundações.




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