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AUMENTO NOS PREÇOS | Inflação acelera no Brasil em março e sobe para 8,13% em 12 meses

Flávia SilvaCampinas @FFerreiraFlavia

quinta-feira 9 de abril de 2015 | Edição do dia

A inflação se acelerou no Brasil em março e alcançou uma taxa de 8,13% nos últimos doze meses, maior índice desde 2003, segundo informação do IBGE.
O aumento dos preços em março foi de 1,32% em relação a fevereiro, e no primeiro trimestre a inflação chegou a 3,83%, segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O principal fator para a forte subida dos preços em março foi o aumento de 22,08% da energia elétrica, que faz parte do chamado "tarifaço" de Dilma e Levy, como parte do pacote de ajuste fiscal, no sentido de aumentar a arrecadação em meio a crise hídrica e a recessão econômica.

O encarecimento da energia é consequência da seca que afeta o sudeste do país, o que diminuiu a capacidade de geração das represas hidrelétricas e obrigou o governo a recorrer às centrais térmicas, que são mais caras.
Desde 2005, o governo fixa como meta uma inflação anual de 4,5%, ainda que tolere um máximo de 6,5%, índice que não tinha superado até este ano.

Há duas semanas, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que a inflação diminuirá a partir de abril, mas o organismo considera muito provável que em 2015 o índice fique acima do teto de 6,5%.
O BC elevou as taxas de juros até 12,75% em um esforço para conter a inflação e cumprir com as metas a partir de 2016.

Análise

O aumento no custo da energia elétrica e também de outros serviços básicos como fornecimento de água e telefonia, também aumentaram e junto com o aumento nos custos dos alimentos, contribuem para que a inflação, como aumento do custo de vida (enquanto os salários continuam os mesmos), seja mais sentida pelos trabalhadores e a população pobre. Os números do governo estão cada vez mais longe da percepção dos trabalhadores com relação ao aumento nos preços básicos.

A cada dia, se compra menos com o mesmo salário enquanto as dívidas ficam cada vez mais caras a cada aumento na taxa básica de juros, que contraditoriamente está aumentando justamente para conter o aumento nos preços.

Assim, existem dois pontos de vista com relação a inflação, a perspectiva dos trabalhadores e dos mais pobres que estão sentindo no bolso o aumento nos preços e a perspectiva dos banqueiros, capitalistas internacionais e do próprio governo, para os quais, a inflação é um sinal de "desequilíbrio" da economia que só apontaria, segundo a visão neoliberal e privatista, para a necessidade de mais ajuste fiscal, de mais cortes nos direitos dos trabalhadores e nos gasto com serviços públicos básicos, tudo isto para o governo "economizar" dinheiro para pagar os juros, cada vez mais altos, da dívida publica.

Ou seja, para os empresários e o governo a inflação é uma forma empurrar aos trabalhadores todo o custo da crise, daí que o remédio do governo para a inflação só poderá ser amargo aos trabalhadores e sempre incapaz de impedir o aumento dos preços que afetam mais aos que ganham menos.

ED/EFE




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