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ELEIÇÕES ARGENTINA | Importante repercussão do chamado de Nicolás Del Caño ao voto nulo

Os grandes meios de comunicação nacionais deram conta da posição da Frente de esquerda: nem Scioli, nem Macri são a alternativa. A campanha pelo voto nulo com um programa contra os aplicadores dos ajustes.

terça-feira 27 de outubro de 2015 | 23:30

La Nación

A partilha de sete pontos que podem ser decisivos

A esquerda pediu para votar em branco e Stolbilzer deu um sinal; Saá negociará

A mensagem foi clara. “Vamos chamar o voto nulo e não vamos acompanhar nenhum dos dois”, disse ontem Nicolás del Caño, candidato a presidência da FIT.

Como já é tradição da esquerda, no trotskismo consideram que são insalváveis as diferenças ideológicas com o macrismo, colocado com “a direita”, e com o kirchnerismo, associado com “a burocracia sindical” e qualificado de “governo repressivo”.

Stolbizer

Sem mencionar o segundo turno, nem expressar taxativamente sua postura, a ex candidata do Progressistas levantou que nas eleições “expressou-se uma clara vontade popular de mudança”. Destacou a vitória da oposição em Buenos Aires, ainda que não nomeou Eugenia Vidal nem Mauricio Macri. “Não sermos os protagonistas não pode terminar em uma visão sectária” advertiu em uma carta aos militantes.

Rodriguez Saá

O ex-candidato presidencial do Compromisso Federal, Adolfo Rodriguez Saá, ratificou sua vontade de negociar seu apoio no segundo turno, requerendo disposição para firmar compromissos para políticas de Estado. “Convoco-os para que juntos iniciemos um diálogo pela Argentina”, afirmou o senador por San Luis, que retornará hoje à capital depois de ter acompanhado as eleições em sua província.

Clarín

Del Caño rejeitou sentar-se e negociar com Macri ou Scioli

Eleições 2015 / A estratégia da frente de esquerda para o segundo turno

O ex-candidato presidencial da Frente de Esquerda reiterou sua convocação para votar nulo no segundo turno.

Ex-candidato presidencial, Nicolás Del Caño reiterou que não apoiarão os candidatos do “ajuste”.

Nahuel Mercado Díaz
[email protected]

Nicolás Del Caño rejeitou ontem qualquer possibilidade de sentar-se para dialogar com Mauricio Macri, para chamar seus eleitores a apoiá-lo de primeira para o segundo turno contra o candidato do oficialismo, Daniel Scioli ou vice-versa.

O dirigente do PTS e candidato presidencial ratificou a postura da Frente de Esquerda, que teve 3,27%, de chamar voto nulo no dia 22 de novembro. “Temos sido claros e consequentes com os argumentos que levantamos durante toda a campanha e vamos chamar a dar às costas a esses candidatos no segundo turno”, afirmou Del Caño ao Clarín.

E completou: “Ambos têm se pronunciado, Scioli e Macri, chamando aos votantes das distintas forças políticas, porém nós convocamos a população, os trabalhadores e o um milhão de pessoas que votaram na FIT que deem resposta votando nulo, que é uma forma de expressar a rejeição as políticas de ajustes que implementaram tanto um, quanto o outro candidato”.

Ontem, o candidato de oposição da frente Cambiemos ofereceu uma conferência de imprensa em que chama aqueles que não o apoiaram no primeiro turno e que “votaram pensando em uma mudança”, que votem nele dentro de quatro semanas.

O mesmo discurso que expressou o homem do FPV, passado o meio-dia, convocando para que votem nele.

Apenas terminada a jornada eleitoral de domingo, Del Caño celebrou o resultado das urnas que “consolidaram a FIT” colocando-o como quarta força política a nível nacional, superando Margarita Stolbizier, e adiantou a postura diante do segundo turno “declarando que o voto nulo não soma para nenhum” dos dois candidatos.

O jovem dirigente e deputado nacional justificou sua postura colocando o exemplo da campanha de Dilma Rousseff, no Brasil, com o eixo posto nas críticas à direita e que depois de assumir o governo aplicou uma receita de ajustes. “Nós claramente consideramos que esses candidatos, que os têm dito através de seus próprios assessores econômicos falando de ajuste durante a campanha, com uma agenda conservadora de mão dura; e desde a esquerda consequentemente vamos rejeitar esses candidatos chamando para anularem o voto”, insistiu.

Em diversas ocasiões, Del Caño centrou as suas críticas aos “candidatos do ajuste”, em referência a Macri, Scioli e Sergio Massa. Agora, com a de UNA manteve-se fora da corrida, sua postura persiste: “Colocaram um candidato tão parecido com Macri, que quase perderam, buscaram uma cópia com um candidato conservador, filho político do menemismo com uma agenda clara de mão dura, com um gabinete com Berni, Casal, Granados que tranquilamente poderiam eleger o próprio Macri”.

Frente de esquerda
Lançam uma campanha pelo voto branco

Del Caño adiantou assim a técnica de sua frente: “A campanha pelo voto nulo deve desenvolver-se com energia nas organizações operárias, locais de trabalho e estudo, promovendo a convocação de plenárias e pronunciamentos que liguem o voto nulo a um programa: abaixo o ajuste, salário igual ao orçamento familiar, abolição do imposto ao salário, datas-base livres e com delegados eleitos; repúdio à dívida pública.

Chamamos a todas as organizações políticas e de luta que apoiaram as candidaturas ou campanhas da FIT a desenvolver uma ação em conjunto com esses objetivos”.

Pagina 12
ESQUERDA TROTSKISTA TOMA POSIÇÃO DIANTE DO SEGUNDO TURNO

FIT anunciou que vota em branco
Por Adriana Meyer

“Em uma eleição difícil, em que a grande polarização que houve deixa pouco espaço, pudemos converter-nos em quarta força política a nível nacional, fizemos a melhor eleição presidencial da esquerda desde 1983 e adicionamos à bancada três deputados nacionais que já temos no congresso. Somando ambas as categorias, são mais de um milhão de pessoas que não entraram no jogo do voto útil, e são um milhão de apoios na esquerda para resistir ao ajuste que virá, ganhe quem ganhar o segundo turno”, afirmou Nicolás Del Caño, deputado nacional e ex-candidato da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores (FIT), como um equilíbrio depois da eleição de domingo.

Após a sua ratificação de que diante do segundo turno a aliança dos principais partidos trotskistas chamarão o voto nulo, Del Caño declarou que “este deslocamento à direita do cenário nacional é o resultado do rumo político que adotou a decisão na chamada ‘década ganhada’, o kirchnerismo elegeu um candidato de direita, filho político do menemismo que há poucos dias anunciou um gabinete que tranquilamente poderia ser nomeado por Mauricio Macri. Os kirchneristas surpreenderam-se quando eles mesmos abriram caminho para Macri com um candidato de direita”.

Diante da possibilidade de que o futuro presidente seja Maurício Macri, desde a FIT ratificaram a posição que já anteciparam para o segundo turno, “Chamamos o voto branco, com a plena convicção do que já dissemos na campanha sobre os dois candidatos. No Brasil, antes do segundo tuno, Dilma Rousseff disse que não iria contra os interesses da maioria da população e desde então segue aplicando um tremendo ajuste, que já custou 2 milhões de postos de trabalho", enfatizou o deputado nacional por Mendonza e dirigente do PTS. "De nenhuma maneira vamos cair na armadilha do mal menor, assim se chegou ao governo de Fernando de la Rúa e pretendem o mesmo agora com Scioli", agregou em diálogo com Página 12. Sobre a possibilidade de que alguns votantes que apoiaram a FIT no domingo elejam o candidato da Frente para a Victoria em 22 de Novembro, Del Caño respondeu que "nós fazemos nossa proposta, logo cada um é livre, mas já nos chegam mensagens de votantes da FIT que rechaçam os candidatos aplicadores dos ajustes, conservadores e de direita".

Imaginou a fórmula Del Caño-Bregman superar a centro-esquerda de Progressistas e colocar-se como quarta força? "Sabíamos que iríamos ter bons resultados e assim foi em Mendonza, quase 12%, em Córdoba cerca de 9%, em Jujuy e na província de Buenos Aires. Mas nenhuma pesquisa nos deu como quarta força, isso demonstra que são operações políticas."

O comitê executivo do PO expressou que "a eleição de Macri constitui uma eleição política para os elementos mais ativos dos trabalhadores e da juventude: depois de quinze anos de reprivatizações, pagamento serial da dívida, precarização do trabalho e confisco impositivo, os supostos ’nacionais e populares’ deixam uma falência nacional e um segundo turno entre direitistas". Após afirmas que "a FIT aumentou levemente a votação das PASO e deslocou à filomacrista Stolbizer", destacou a quarta banca obtida no Parlamento, que, pelo mecanismo de rotação, será ocupada 18 meses por Néstor Pitrola (PO), 21 meses por Natalia González (PTS) e os 9 restantes por Mónica Schlotthauer (IS).




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