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PALESTINA | Histórica greve nacional dos palestinos contra os ataques de Israel

Os palestinos, dentro de Israel e nos territórios ocupados, realizaram um dia de greve geral nesta terça-feira para protestar contra a escalada de bombardeios brutais. Os ataques aéreos israelenses em Gaza já ceifaram a vida de pelo menos 212 palestinos, incluindo 61 crianças e 36 mulheres.

Juan Andrés GallardoBuenos Aires | @juanagallardo1

terça-feira 18 de maio de 2021 | Edição do dia

O Estado de Israel aprofundou o nível de ataques a Gaza nos últimos dias, com o domingo sendo o dia mais mortal, bombardeando edifícios e áreas residenciais. Desde o início dos ataques aéreos israelenses em Gaza, há uma semana atrás, pelo menos 212 palestinos já foram mortos, incluindo 61 crianças e 36 mulheres.

Contra esta ofensiva brutal e também contra os ataques aos palestinos e à população árabe na Cisjordânia, Jerusalém Oriental e cidades mistas de Israel, diferentes organizações convocaram nesta terça-feira um dia de greve geral, especialmente impulsionada por jovens dos diferentes territórios.

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O dia foi chamado de greve Karameh (Dignidade), e foi a primeira ação de seu tipo desde a greve geral de 1936 na Palestina contra as políticas do Mandato Britânico que visava expulsar os palestinos de suas terras.

As ruas estavam desertas e as lojas fecharam na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental, assim como nas áreas árabes das cidades israelenses. Manifestantes se reuniram em praças e centros nervosos nas diversas cidades para protestar contra os ataques brutais de Israel.

Desde que centenas de milhares de palestinos fugiram ou foram expulsos de suas casas em 1948, após a limpeza étnica que levou à fundação artificial do Estado de Israel, os territórios palestinos foram divididos não apenas pela geografia, mas também pela experiência vivida.

Após a guerra de 1967 e ao longo dos anos, Israel avançou com a ocupação e depois anexação de Jerusalém Oriental, a ocupação colonial da Cisjordânia, a ocupação e depois o bloqueio da Faixa de Gaza, transformando-a na maior prisão a céu aberto do mundo. Enquanto a população árabe que permaneceu dentro de Israel foi despojada de direitos, vivendo como cidadãos de segunda classe em relação à população judaica.

Apesar destas diferenças geográficas e demográficas e das condições de vida e ocupação ou ataque que têm que suportar em cada um dos lugares onde estão, milhões de palestinos aderiram à greve geral na terça-feira.

Em sua maioria liderada pela juventude, esta greve é sem precedentes e questiona não apenas o racismo e o colonialismo do Estado de Israel, mas também as próprias lideranças burguesas palestinas. Tanto a Autoridade Palestina que governa na Cisjordânia, e que com sua política conciliadora vem perdendo legitimidade, como o Hamas que governa em Gaza, mas também não controla nem representa essa juventude que viaja por todo o território da Palestina histórica e se estende aos campos de refugiados no Líbano e na Jordânia, e à comunidade palestina ao redor do mundo.

Como a ativista e jornalista Fadi Quran observou domingo, a greve "é um avanço significativo por múltiplas razões. Ela rompe com décadas de fragmentação política dos palestinos em cada subdivisão (Cisjordânia, Gaza, 48 áreas), que foram realizadas individualmente. A iniciativa da juventude de se recusar a permitir que esta fragmentação continue, se bem sucedida, constrói uma unidade não vista em décadas. Além disso, enquanto os eventos do último mês envolveram principalmente a juventude, uma greve permite a participação de uma faixa mais ampla da sociedade. Além disso, a Autoridade Palestina e os líderes do partido árabe em Israel estão trabalhando, silenciosamente, para voltar ao opressivo status quo em que controlam a rua. Esta greve, se bem sucedida, muda esses planos".

Os protestos palestinos dentro de Israel já demonstraram uma unidade sem precedentes. Milhares de cidadãos palestinos em cidades, vilarejos e as chamadas cidades "mistas" (de árabes e judeus dentro de Israel) tomaram as ruas diante da repressão do exército israelense e dos colonos que, em muitos casos, realizam verdadeiras caçadas ao homem para árabes à noite ou instalam postos de controle durante o dia para controlar os veículos na estrada, atacando a população árabe.

Mobilização na cidade israelense de Nazaré em apoio à greve (18:10 horário local)

Manifestação e apoio a Gaza, Al-Aqsa e Sheikh Jarrah na cidade israelense de Nazaré coincidindo com a greve geral.

Confrontos em Belém entre soldados israelenses e manifestantes palestinos

Fechamento total dos comércios no norte de Jerusalém como parte da greve geral (17:20 horário local)

Em cumprimento à greve geral, paralisação do comercial na cidade de Kafr Aqab, ao norte de Jerusalém.

Urgente: um Palestino assassinado em al-Bireh (17:00 horário local)

Um palestino foi assassinado a tiros pelas forças israelenses que reprimiram as manifestações perto do posto de controle de Beit El, na Cisjordânia ocupada.

Pelo menos 16 manifestantes palestinos foram baleados por soldados israelenses e levados para hospitais.

Dezenas de palestinos que protestavam foram baleados e feridos por forças israelenses em al-Bireh, na Cisjordânia ocupada, a poucos metros do posto de controle Beit El.

Ao vivo de Beit El, Ramallah, Cisjordânia

Palestinos se unem aos protestos nacionais na cidade israaelense de Haifa (16:30 horário local)

Manifestações massivas na Cisjordânia (16:00 horário local)

Ao vivo: centenas de palestinos se manifestam em Ramallah como parte da greve geral (15:00 horário local)

Centenas de pessoas se reuniram na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, para mostrar seu apoio aos palestinos em Gaza e Jerusalém enquanto o dia da greve geral continua.

O ato que teve lugar em Ramallah é o maior em muitos anos.

Marchas na Cisjordânia (14:30 horário local)

Um grande número de palestinos foi às ruas como parte dos protestos da "dignidade" em todo o país, organizados para condenar os ataques aéreos de Israel em Gaza e o ataque da polícia contra os manifestantes.

No início da tarde, as cidades de Belém, Beit El, Nablus, Ramallah e Tulkarem viram protestos.

De acordo com o correspondente do Middle East Eye no local, Faten Elwan, muitas pessoas chegaram agitando bandeiras palestinas para mostrar unidade nas suas demandas.

As forças israelenses começaram a usar gás lacrimogêneo para dispersar manifestações nas cidades de Belém e Beit El.

Em outras cidades dos territórios ocupados da Cisjordânia, a jornada de greve se dá com uma paralisação efetiva, comércios fechados e ruas vazias, como no caso de Hebron.

Jerusalém paralisada (14:00 horário local)

Imagens diferentes mostram que a cidade velha de Jerusalém vive um dia de paralisação com lojas fechadas e sem pessoas nas ruas. Foi lá que a provocação israelense, que tentou expulsar famílias palestinas, deu início aos protestos que levaram à repressão e bombardeio indiscriminado de Gaza.




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