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REPRESSÃO NA CRACOLÂNDIA | Higienismo de Dória e Alckmin na Cracolândia deixa jovem sem olho

Durante a primeira operação brutal da polícia militar de Alckmin e da Guarda Civil Municipal de Dória, o prefeito chegou a decretar o fim da Cracolândia. Mais de um mês depois, e outras tantas operações, o resultado até agora é a dispersão dos usuários por outras localidades, e a perda de um olho do jovem Heitor, vítima da falta de um programa de políticas públicas correto, além da repressão do Estado.

Marília LacerdaDiretora de Base do Sindicato dos Trabalhadores da USP-HU

quarta-feira 5 de julho de 2017 | Edição do dia

Na região da cracolândia existiam pessoas das mais variadas idades, classe social, orientação sexual, etc que conviviam cotidianamente com o uso de drogas e com o tráfico de drogas. Em maio, em uma ação combinada da polícia militar do Governador Geraldo Alckmin da Guarda Civil Metropolitana de Dória, começou a operação de limpeza na região, que teoricamente tinha o intuito de esvaziar o contingente de moradores usuários e da ação de traficantes do local.

Desde então vinha sendo acompanhado diversas outras ações como tal. Fato é que em 17/6, após presenciar mais uma locomoção dos dependentes, o jovem Heitor Fonseca (28) teve seu olho esquerdo atingido por uma bala de borracha o levando a cegueira deste olho.

Na manhã do dia anterior, o jovem teria procurado ajuda no centro de referência de drogas do estado (Cratod), sem sucesso ele voltou a região da Luz onde estava habitando há dois meses como usuário frequente do crack.

No dia que perdeu o olho, Heitor estava num dos bancos da praça fumando crack quando um policial o mirou e atirou nele diretamente. Momentos antes a PM jogava bombas de efeito moral, já que uma intervenção feita a suspeitos de tráfico teria gerado confusão entre usuários (que atiraram paus e pedras) e policiais (que iniciaram a repressão com bombas e balas de borracha).

Depois de tantos anos de luta contra a dependencia química (que o acompanha desde adolescência), agora ainda vai sofrer as conseqüências por não ter conseguido se livrar dela e pelo estado que reprime e não tem um programa correto de saúde pública que agregue usuários/dependentes químicos.




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